Desembargador concede prisão domiciliar a acusado de envolvimento no assassinato de indigenista e jornalista na Terra Indígena Vale do Javari.

A prisão domiciliar foi solicitada pela defesa do acusado, alegando problemas de saúde de Oseney, que necessita de uma colonoscopia para tratar um sangramento na região retal. Antes de deixar o presídio, Oseney será obrigado a utilizar uma tornozeleira eletrônica para ser monitorado em Manaus, onde ficará na residência de um parente.
A decisão favorável a Oseney foi embasada na rejeição da acusação do Ministério Público contra ele pela Quarta Turma do TRF1 na última terça-feira (17). Segundo o desembargador Marcos Augusto, não existem provas suficientes da participação de Oseney nos homicídios de Bruno e Dom, o que fundamentou a concessão da prisão domiciliar.
Enquanto Oseney foi beneficiado com a medida, os réus Amarildo e Jefferson terão que aguardar julgamento no Tribunal do Júri de Tabatinga (AM) e permanecerão presos. A dupla é acusada do mesmo crime que resultou na morte do indigenista e do jornalista britânico.
Bruno e Dom foram vítimas de uma emboscada enquanto viajavam de barco pelo Vale do Javari, território que abriga a Terra Indígena Vale do Javari, uma das maiores do país. Os corpos dos dois foram encontrados enterrados em uma área de mata fechada, desencadeando uma investigação que levou à prisão dos acusados.
Dom Phillips, colaborador do jornal britânico The Guardian, era reconhecido por sua cobertura jornalística ambiental na região amazônica, enquanto Bruno Pereira, ex-coordenador da Funai, dedicava-se à proteção dos povos indígenas e à preservação ambiental.
A concessão da prisão domiciliar a Oseney da Costa de Oliveira gerou controvérsias e preocupação na sociedade, que espera por justiça no desfecho desse caso que chocou o Brasil e o mundo.