Relatório aponta graves falhas na atuação da Polícia Militar durante operações na Baixada Santista em 2023 e 2024
O relatório ainda aponta que a maioria das vítimas era composta por homens jovens, em sua maioria negros e pobres, dos quais 56% foram atingidos nas comunidades em que residiam. Além disso, quatro dos mortos eram usuários de drogas, o que não condiz com a acusação de tráfico de entorpecentes. Um dos sobreviventes, Evandro da Silva, relatou ter sido alvejado por tiros em diversas partes do corpo, conseguindo sobreviver graças à intervenção dos paramédicos do SAMU.
Outros aspectos destacados no relatório foram a retirada inadequada de corpos das cenas do crime, a falta de uso de câmeras corporais em grande parte dos casos, a subutilização de técnicas periciais avançadas e a valorização excessiva dos depoimentos dos policiais em detrimento das testemunhas e familiares das vítimas. A defensora pública Fernanda Balera ressaltou a importância do estudo para embasar a implementação de mudanças no controle do policiamento, visando promover transformações nas práticas adotadas e garantir a responsabilização dos envolvidos.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo defendeu as operações e afirmou que todas as mortes ocorridas durante as ações são rigorosamente investigadas pelas polícias Civil e Militar, Ministério Público e Poder Judiciário. O trabalho policial segue em segredo de Justiça, com o compartilhamento de provas e evidências obtidas durante as investigações. A Ouvidoria da Polícia não se pronunciou sobre o assunto até o momento.