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Municípios banhados pelo Rio Paraopeba, impactados por rompimento de barragem em Brumadinho, receberão mosquitos geneticamente modificados para combate de arboviroses.

Os municípios impactados pelo rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais, estão prestes a receber uma iniciativa inovadora no controle de arboviroses como dengue, zika e chikungunya. Em um prazo de aproximadamente quatro meses, mosquitos geneticamente modificados serão liberados nessas regiões, como parte do método Wolbachia, em uma parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) programada para ocorrer entre janeiro de 2025 e dezembro de 2029.

O líder de Relações Institucionais e Governamentais do World Mosquito Program no Brasil, Karlos Diogo de Melo, destacou a proposta de liberar mosquitos com a bactéria Wolbachia, a fim de que se reproduzam com os Aedes aegypti locais, formando uma nova população de insetos não transmissores de arboviroses. Esta iniciativa também é vista como uma forma de compensação pelos danos causados pelo rompimento da barragem da Vale nessas comunidades.

O método Wolbachia já apresentou resultados significativos em diversos países, com redução expressiva nos casos de dengue. A Indonésia teve uma queda de 77%, a Austrália de 96%, o Vietnã de 86% e a Colômbia de 95%. No Brasil, a implementação do método em Niterói resultou em uma redução de 69% nos casos de dengue, 60% nos de chikungunya e 37% nos de zika.

Durante sua participação na 26ª Jornada Nacional de Imunizações, em Recife, Karlos Diogo de Melo ressaltou que a cidade de Petrolina, em Pernambuco, também foi um projeto-piloto para o método Wolbachia no Brasil, utilizando ovos contaminados com a bactéria. A importância da colaboração de todos os setores da sociedade no combate às arboviroses foi destacada, evidenciando que o método Wolbachia deve ser considerado como uma estratégia complementar, não substituindo outras medidas como vacinação e cuidados individuais e governamentais.

Mais de 80 cidades já demonstraram interesse em parcerias para implementar o método Wolbachia. A expectativa é que essa inovação seja uma peça fundamental no controle das arboviroses, contribuindo para a proteção da população dessas regiões.

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