Municípios banhados pelo Rio Paraopeba, impactados por rompimento de barragem em Brumadinho, receberão mosquitos geneticamente modificados para combate de arboviroses.

O líder de Relações Institucionais e Governamentais do World Mosquito Program no Brasil, Karlos Diogo de Melo, destacou a proposta de liberar mosquitos com a bactéria Wolbachia, a fim de que se reproduzam com os Aedes aegypti locais, formando uma nova população de insetos não transmissores de arboviroses. Esta iniciativa também é vista como uma forma de compensação pelos danos causados pelo rompimento da barragem da Vale nessas comunidades.
O método Wolbachia já apresentou resultados significativos em diversos países, com redução expressiva nos casos de dengue. A Indonésia teve uma queda de 77%, a Austrália de 96%, o Vietnã de 86% e a Colômbia de 95%. No Brasil, a implementação do método em Niterói resultou em uma redução de 69% nos casos de dengue, 60% nos de chikungunya e 37% nos de zika.
Durante sua participação na 26ª Jornada Nacional de Imunizações, em Recife, Karlos Diogo de Melo ressaltou que a cidade de Petrolina, em Pernambuco, também foi um projeto-piloto para o método Wolbachia no Brasil, utilizando ovos contaminados com a bactéria. A importância da colaboração de todos os setores da sociedade no combate às arboviroses foi destacada, evidenciando que o método Wolbachia deve ser considerado como uma estratégia complementar, não substituindo outras medidas como vacinação e cuidados individuais e governamentais.
Mais de 80 cidades já demonstraram interesse em parcerias para implementar o método Wolbachia. A expectativa é que essa inovação seja uma peça fundamental no controle das arboviroses, contribuindo para a proteção da população dessas regiões.