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Ministra dos Povos Indígenas reúne-se com ministro do STF para debater demarcação de Terra Indígena Nhanderu Marangatu em MS

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, realizou uma reunião crucial na noite de quarta-feira (18) com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, para discutir a importância da conclusão do processo demarcatório da Terra Indígena (TI) Nhanderu Marangatu, localizada em Antônio João, Mato Grosso do Sul. Esse território tem sido palco de um conflito fundiário prolongado, que ganhou ainda mais destaque depois do trágico assassinato do jovem Neri da Silva Guarani Kaiowá, de 22 anos, morto por um policial militar.

Diversas vozes se juntaram ao coro de cobrança por uma solução para os cercos sistemáticos contra os indígenas de Mato Grosso do Sul. A deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG) expressou indignação com a violência e a omissão das autoridades, e também participou da reunião com o ministro Gilmar Mendes. Nas redes sociais, a deputada enfatizou a urgência da demarcação de terras e a suspensão das leis que perpetuam o genocídio dos povos indígenas.

Sonia Guajajara ressaltou que o direito à Terra Indígena poderia ter sido assegurado aos Guarani Kaiowá, porém, a tramitação foi interrompida e não houve finalização, mesmo diante do aumento das investidas contra a comunidade. Além de Antônio João, outros municípios como Caarapó, Dourados, Coronel Sapucaia e Ponta Porã também são palco de disputas territoriais e violência contra os Guarani Kaiowá.

A Terra Indígena Ñande Ru Marangatu foi declarada para posse e usufruto exclusivo do povo Guarani Kaiowá em 2002, mas a homologação presidencial foi suspensa pelo ministro Nelson Jobim, do STF, em 2005. Os ataques contra os indígenas da região são atribuídos a pessoas ligadas ao agronegócio, e a Comissão Guarani Yvyrupa classifica as recentes investidas como um “ataque paramilitar coordenado”.

O histórico de violência contra os indígenas em Mato Grosso do Sul é alarmante, com casos de tortura contra crianças e um alto número de assassinatos registrados nos últimos anos. O Conselho Indigenista Missionário denunciou a ineficácia das políticas públicas para conter a violência e apontou a participação de policiais militares em milícias privadas responsáveis pela morte de indígenas. A pressão por uma solução para os cercos sistemáticos contra os indígenas da região continua intensa.

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