Jovem indígena é morto a tiros em retomada de terra no Mato Grosso do Sul, suspeitas recaem sobre policiais militares.

Segundo relatos dos próprios membros da comunidade, as agressões tiveram início após a visita da Missão de Direitos Humanos, organizada pelo Coletivo de Solidariedade e Compromisso aos Povos Guarani, na última sexta-feira (13). Desde então, os indígenas têm sido alvo de constantes intimidações e violências por parte das autoridades locais.
O episódio trágico resultou não apenas na morte de Neri, mas também em ferimentos em outros indígenas, incluindo uma mulher atingida por um disparo de arma de fogo nas pernas. A situação se agravou com a destruição de barracos durante a retomada, evidenciando a violência e truculência empregadas contra os guerreiros Guarani e Kaiowá.
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) manifestou sua indignação diante do ocorrido e se comprometeu a acionar a Procuradoria Federal Especializada para garantir medidas legais cabíveis. A entidade também ressaltou a importância de punir os responsáveis pelos ataques e assegurar a segurança dos indígenas na região.
Por outro lado, o governo do Mato Grosso do Sul alega que os policiais agiram em cumprimento a uma ordem judicial para manter a ordem e segurança na propriedade rural da Fazenda Barra, que estaria sendo invadida pelos indígenas armados. O secretário estadual de Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, pontuou que a situação na região se agravou nos últimos dias, levando a um conflito que perdura há anos.
Diante da gravidade dos acontecimentos, a sociedade civil e os órgãos competentes devem permanecer vigilantes e garantir que a justiça seja feita em prol dos povos indígenas. A violência e a repressão não podem ser toleradas, e é fundamental que as autoridades competentes ajam com responsabilidade e respeito aos direitos humanos. A morte de Neri Guarani Kaiowá deve servir como um alerta para a necessidade de proteção e valorização das comunidades tradicionais em nosso país.