
O Poder Judiciário e a Representatividade Étnica no Brasil
No dia 22 de agosto, o ex-presidente Lula marcou presença na posse de Herman Benjamin como presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Benjamin, nomeado por Lula em 2006, ocupa uma das 33 cadeiras do STJ. Porém, a presença majoritariamente branca nesse ambiente chamou a atenção do petista, que fez críticas em relação à representatividade étnica no Judiciário brasileiro.
Em discurso no Itamaraty, Lula destacou a falta de diversidade na cerimônia de posse, apontando a ausência de alunos beneficiados por programas sociais como o ProUni e o Fies. Ele ressaltou a importância de uma representação mais inclusiva, ressaltando que o Brasil precisa ser representado em questões de gênero e raça, para refletir a realidade do país.
No seu primeiro mandato, Lula fez história ao indicar Joaquim Barbosa para o Supremo Tribunal Federal em 2003, aumentando a diversidade étnica na mais alta corte do país. Antes dele, apenas Pedro Lessa havia ocupado o cargo, no século passado.
No entanto, durante seu governo atual, Lula não indicou nenhum negro para ocupar uma cadeira de ministro titular em tribunais superiores. As únicas exceções foram as ministras substitutas do Tribunal Superior Eleitoral, Edilene Lobo e Vera Lúcia Araújo.
No STJ, o cenário de falta de representatividade étnica se mantém. As recentes nomeações de Daniela Teixeira, José Afrânio Vilela e Teodoro Silva Santos para o cargo de ministros não contemplaram a diversidade racial. Com duas vagas em aberto no STJ, não há candidatos negros em destaque até o momento.
A ausência de negros em cargos relevantes do Judiciário brasileiro continua sendo um tema de debate e reflexão sobre a efetiva inclusão e representatividade na sociedade. É fundamental que o Poder Judiciário promova a diversidade étnica para garantir uma representação mais justa e alinhada com a realidade do país.