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68% dos municípios brasileiros estão em alto ou muito alto risco para poliomielite, alerta jornada de imunizações em Recife

Brasil enfrenta risco elevado de poliomielite em mais de 68% dos municípios

Durante a 26ª Jornada Nacional de Imunizações, realizada em Recife, foram apresentados dados preocupantes sobre a situação da poliomielite no Brasil. Dos 5.570 municípios brasileiros, 3.781 estão classificados como em risco alto ou muito alto para a doença, popularmente conhecida como paralisia infantil. Isso representa aproximadamente 68% das cidades do país, com a maioria delas, cerca de 2.104, categorizadas com alto risco. A situação é crítica, com apenas 447 municípios em baixo risco para a pólio e 1.342 em médio risco.

A consultora em imunizações da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Franciele Fontana, destacou a preocupação diante dos números apresentados. A cor vermelha, que indica riscos elevados para a doença, está presente em grande parte do país, evidenciando a urgência de medidas para conter o avanço da poliomielite. Apesar de ter sido erradicada do território brasileiro em 1994, a pólio ainda representa uma ameaça, conforme ressaltou Franciele.

A avaliação de risco feita pela Comissão Regional de Certificação para a Erradicação da Pólio na Região das Américas apontou que o Brasil, juntamente com o Haiti e a República Dominicana, está em risco muito alto para a doença, deixando claro a necessidade de ações efetivas para garantir a proteção da população. As coberturas vacinais no país têm apresentado quedas nos últimos anos, ficando abaixo da meta de 95% estabelecida.

Diante desse cenário preocupante, a comissão emitiu recomendações ao Brasil, incluindo a investigação das causas das baixas coberturas vacinais, a priorização da vacinação nos municípios de alto risco e a implementação de um sistema de recompensas para os estados e municípios que atingirem as metas estabelecidas. Além disso, foi sugerido um exercício de simulação para pólio, envolvendo todos os setores relevantes, a fim de preparar o país para uma possível resposta a um surto da doença.

A situação exige ação urgente e coordenada para garantir a proteção da população brasileira contra a poliomielite, ressaltando a importância da vacinação como medida preventiva fundamental.

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