Representatividade feminina na política: desafios, violência e conquistas em prol da democracia e igualdade de gênero

Representatividade feminina na política: um desafio constante
No Brasil, as mulheres constituem a maior parte do eleitorado. No entanto, quando se trata de representatividade na política e equidade de gênero nos espaços de poder, a realidade é bem diferente. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres representam 51,5% da população brasileira, mas continuam sub-representadas na esfera política. No Rio de Janeiro, o segundo maior colégio eleitoral do país, apenas 11 das 51 vagas na Câmara de Vereadores são ocupadas por mulheres.
Um recorte interseccional revela que as mulheres negras enfrentam duplas discriminações na política, lidando com racismo e sexismo. Essas mulheres são frequentemente subestimadas, desqualificadas e sujeitas a diferentes formas de violência política, o que as exclui do processo político. Recentemente, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, anunciou a criação de um grupo de trabalho para debater a participação feminina na política e combater a violência de gênero nesse contexto.
No entanto, ainda há muito a ser feito. De acordo com a União Interparlamentar, o Brasil ocupa a 142ª posição no ranking de participação de mulheres na política nacional, dentre 192 países analisados. Um levantamento do Tribunal Superior Eleitoral revelou que apenas 45 cidades, das mais de 5.500 que realizaram eleições municipais em 2020, têm maioria de mulheres em suas Câmaras de Vereadores.
A representatividade das mulheres, em especial das mulheres negras, é crucial para garantir uma tomada de decisões mais diversificada e inclusiva. A presença dessas mulheres na política traz perspectivas e vivências que são essenciais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária para todos. É fundamental que a democracia brasileira se fortaleça com a participação democrática e diversificada das mulheres nos espaços de poder.
Como mulher negra e periférica, sei da importância de lutar pela igualdade de gênero e pela representatividade no Legislativo. É necessário que as políticas públicas sejam inclusivas e que contribuam para a construção de uma sociedade mais justa para todas. No dia 6 de outubro, é fundamental que todos votem conscientemente, em favor da vida e dos direitos de todas as mulheres.