
Restos mortais de indígenas da América do Sul no Museu do Homem em Paris
No Museu do Homem, em Paris, os restos mortais de seis indígenas da América do Sul estão guardados em uma caixa há 132 anos, de acordo com Corinne Toka Devilliers, que está lutando pela sua devolução ao território da Guiana Francesa.
No ano de 1892, 33 indígenas dos povos Galibis e Aruaque, com idades entre 3 meses e 60 anos, viajaram para a Europa a partir de Paramaribo, na antiga Guiana Holandesa (atual Suriname), vizinha da Guiana Francesa.
O explorador francês François Laveau recrutou esses homens e mulheres da foz do rio Maroni a pedido do diretor do Jardin d’Acclimatation em Paris, com o objetivo de exibi-los aos visitantes.
A luta de Corinne Toka Devilliers pela devolução dos restos mortais desses indígenas levanta questões sobre ética e respeito à memória e cultura dos povos originários. A permanência desses restos no Museu do Homem por mais de um século levanta debates sobre a necessidade de repatriação e devolução de artefatos e restos humanos coletados durante períodos coloniais.
É essencial que instituições culturais e museus reflitam sobre a maneira como lidam com restos de indígenas e outras comunidades, respeitando seus desejos e crenças. A devolução dos restos mortais para seus locais de origem é um passo importante para o reconhecimento da dignidade e autonomia desses povos.