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Morte em Condomínio de Luxo: O Drama da Segurança e da Culpa em ‘Meu Casulo de Drywall’

“Meu Casulo de Drywall”: Um Retrato da Segurança e Insegurança na Classe Média Alta

O filme “Meu Casulo de Drywall” traz à tona uma temática pouco explorada no cenário cinematográfico brasileiro: a vida dos brancos de classe média alta dentro de seus condomínios exclusivos. A trama se desenrola em torno de Virginia, uma jovem de 17 anos, que pede à sua mãe, Patricia, para não ficar em casa durante a festa de comemoração de seu aniversário. Infelizmente, a noite termina em tragédia, com a morte de Virginia, levantando questões sobre a segurança e a culpa no ambiente protegido do condomínio.

O diretor, Caroline Fioratti, propõe uma reflexão sobre a insegurança presente nas grandes cidades do país, mesmo entre aqueles que possuem recursos para se proteger. A sensação de insegurança, alimentada pela mídia e pela violência urbana, afeta não só os privilegiados, mas toda a população. O filme aborda a dualidade entre a segurança real e a percepção de insegurança, mostrando como ambos os aspectos se entrelaçam na sociedade contemporânea.

Entretanto, apesar do tema instigante, “Meu Casulo de Drywall” acaba se perdendo em um dramalhão exacerbado. Enquanto os jovens envolvidos na tragédia são retratados sem culpa aparente, Patricia assume toda a responsabilidade pelos acontecimentos, mergulhando em um sentimento de culpa que não se sustenta dramaticamente. A atuação de Maria Luísa Mendonça, embora talentosa, não consegue transmitir a profundidade necessária para envolver o público na trama.

Fioratti, de forma indireta, também aborda a imprevisibilidade do acaso, mostrando que mesmo cercados de medidas de segurança, todos estamos sujeitos a surpresas. A ausência da polícia no enredo é um reflexo dessa imprevisibilidade, levando a uma reflexão sobre o papel da segurança em nossas vidas.

Em suma, “Meu Casulo de Drywall” apresenta uma abordagem interessante sobre a segurança e a culpa na classe média alta, mas acaba se perdendo em melodramas vazios. A falta de significado nas ações dos personagens e a superficialidade da narrativa impedem que o filme se destaque como uma obra memorável, apesar de seguir as convenções do cinema tradicional.

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