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O governo Lula desperdiçou ao menos R$ 260 milhões em vacinas Coronavac
No final de setembro de 2023, o governo Lula, do Partido dos Trabalhadores (PT), tomou uma decisão que gerou um prejuízo milionário: a compra de vacinas Coronavac que já não estavam atualizadas para as variantes da Covid-19. O imunizante, que já tinha perdido seu papel de destaque na campanha de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS), resultou em um desperdício de aproximadamente R$ 260 milhões.
O Ministério da Saúde isentou o Instituto Butantan da responsabilidade de substituir os lotes com validade vencida, o que levou a uma situação em que cerca de oito milhões de doses permanecem estocadas, todas vencidas ou prestes a vencer, das dez milhões de unidades adquiridas.
Segundo dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, o governo ainda sofre com um prejuízo conservador, já que grande parte das doses distribuídas aos estados e municípios também perdeu a validade. Apenas 260 mil doses da Coronavac foram aplicadas desde outubro do ano passado, o que significa que mais de 97% da compra foi desperdiçada.
Decisões questionáveis que resultaram em um grande prejuízo
A compra das vacinas da Coronavac se arrastou por meses, com a ideia inicial de aplicação das doses a partir de maio, durante a campanha de multivacinação. No entanto, as vacinas chegaram aos estoques do governo em outubro daquele ano.
O Ministério da Saúde justificou a aquisição, alegando que as doses seriam destinadas ao público infantil, visando completar o esquema vacinal de crianças de 3 a 11 anos. O valor total das 10 milhões de doses foi de R$ 330 milhões, sendo o contrato mais volumoso de vacinas contra a Covid assinado no primeiro ano do governo Lula.
Entretanto, a vacinação com a Coronavac sofreu alterações em suas diretrizes em dezembro de 2023, passando a ser recomendada apenas em situações específicas, como na falta de outros imunizantes ou em casos de contraindicação, principalmente em crianças.
Apesar dos questionamentos em relação à compra das vacinas já em desuso, o Ministério da Saúde não respondeu de maneira clara sobre as razões que levaram a essa decisão.
Consequências e promessas futuras
O desperdício de R$ 260 milhões em vacinas Coronavac é um golpe duro no combate à pandemia, evidenciando falhas significativas nas decisões do governo. Com a promessa de entregar 70 milhões de imunizantes em 2024, o Ministério da Saúde busca recuperar a confiança da população em seu programa de imunização.
No entanto, o histórico de aquisições problemáticas e atrasadas levanta dúvidas sobre a eficácia e competência na gestão da saúde pública. A população espera que lições sejam aprendidas com esse episódio de desperdício e que as medidas necessárias sejam tomadas para evitar novos prejuízos e garantir a eficácia do programa de vacinação contra a Covid-19.