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Exército de Israel recruta refugiados africanos para lutar em Gaza em troca de residência permanente em Israel, denuncia jornal.

Israel recruta refugiados africanos para lutar em Gaza em troca de residência permanente

O jornal israelense Haaretz revelou uma polêmica ação do Exército de Israel, que está recrutando alguns dos 30 mil refugiados africanos que buscam asilo em seu território para lutar em Gaza. O objetivo seria obter residência permanente em Israel. Segundo as autoridades israelenses, o projeto está sendo conduzido de forma organizada com a ajuda de consultores jurídicos do Ministério da Defesa. Entretanto, o jornal critica a iniciativa, afirmando que ela carece de base ética.

A situação teve início em 7 de outubro de 2023, após um massacre perpetrado pelo Hamas na fronteira de Israel, resultando na morte de cerca de 1.200 pessoas, incluindo três refugiados solicitantes de asilo. O evento desencadeou uma guerra devastadora entre Israel e o povo de Gaza, resultando na morte de mais de 41 mil palestinos, em sua maioria mulheres e crianças. A mobilização geral da população israelense para o Exército interrompeu a vida civil e levou à suspensão abrupta da atividade econômica, com a saída em massa de trabalhadores estrangeiros do país devido ao aumento do perigo.

Duas semanas de treinamento

Diante da falta de mão de obra durante os combates, refugiados africanos se voluntariaram para participar das ações e até mesmo expressaram o desejo de estar diretamente envolvidos na guerra. Assim, após duas semanas de treinamento, esses refugiados foram enviados para o front em Gaza. Recebendo a promessa de residência permanente em Israel, esses voluntários poderiam se tornar mercenários, já que, segundo o Haaretz, nenhum refugiado africano havia recebido tal status até o momento.

Essa não é a primeira vez que o jornal denuncia abusos na guerra contra o Hamas. Em agosto, houve a revelação do uso de civis palestinos como escudos humanos pelo Exército israelense. O Haaretz aponta que essa prática vem se tornando cada vez mais comum em toda a Faixa de Gaza, com oficiais israelenses cientes desses abusos.

Relatos indicam que os civis usados como escudos humanos foram detidos sem acusação e orientados pelos soldados israelenses a priorizarem sua própria sobrevivência em detrimento dos escudos humanos. Casos de civis sendo mortos por grupos como o Hamas enquanto exploram estruturas subterrâneas também foram destacados, revelando uma violência crescente no conflito.

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