Campanha eleitoral na Baixada Fluminense

A Baixada Fluminense, considerada uma das áreas mais pobres e violentas do Rio de Janeiro, está sendo palco de uma campanha eleitoral intensa neste ano. Lideranças locais com patrimônio milionário estão disputando o poder na região, enquanto cenas de brigas, tiros, envolvimento de milicianos e estrutura de “fake news” marcam o cenário político.

Com 22% dos eleitores do Rio de Janeiro, a Baixada Fluminense atrai o interesse do PT e do PL devido à ascensão política das lideranças locais, que têm forte influência no cenário estadual. Nas últimas eleições, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) conquistou 60% dos votos válidos na região, superando a média fluminense.

Um dos municípios mais tumultuados é Belford Roxo, onde a disputa eleitoral tem gerado conflitos. Dois vereadores tiveram suas candidaturas à reeleição indeferidas devido a acusações de envolvimento com milícias.

A cidade testemunhou o rompimento da aliança entre o prefeito Waguinho (Republicanos) e o deputado estadual Márcio Canella (União Brasil), duas das principais lideranças locais. Esse desentendimento tornou a disputa um barril de pólvora, com cabos eleitorais entrando em conflito nas ruas.

Ambos os políticos se acusam mutuamente de ligação com milícias, e imagens da campanha de Canella mostram conexões preocupantes. O deputado também faz campanha ao lado de vereadores acusados de envolvimento com organizações criminosas.

Em Nova Iguaçu, a tensão também é palpável. Um candidato a vereador foi preso após disparar tiros durante a carreata de um adversário. A campanha na cidade é marcada por carreatas extravagantes de um empresário que disputa a prefeitura com carros importados avaliados em mais de R$ 300 mil.

O cenário eleitoral na Baixada Fluminense também enfrenta o desafio das fake news, com a Polícia Federal prendendo pessoas suspeitas de espalhar informações falsas em diversos municípios da região. Essa prática criminosa busca influenciar o eleitorado de forma fraudulenta.