O poder patriarcal e a luta feminista: reflexões de Shalini Eddens

No universo complexo das questões de gênero, a voz da feminista Shalini Eddens ecoa como um chamado à reflexão e à ação. Em uma recente entrevista, Shalini destacou que “o patriarcado é tão profundo que se torna normalizado, invisível. Ele está sistematizado na forma como nossas sociedades tratam as mulheres”. Essas palavras ressoam fortemente diante das recentes notícias sobre violência sexual e a revitimização de mulheres nos meios econômicos, políticos e ambientais.

Com uma bagagem de experiências como feminista negra, indiana e britânica, Shalini conhece de perto as interseccionalidades do machismo, racismo e imigração. Durante sua passagem por São Paulo, no Brasil, ela ressaltou a importância da alegria e espiritualidade presentes na cultura brasileira, que mantém uma forte conexão com as raízes africanas.

Em sua trajetória acadêmica e profissional, Shalini dedicou-se a promover a educação sexual e a defender os direitos das mulheres, especialmente aquelas vivendo com HIV. Ela ressaltou a importância crucial da educação sexual no combate à violência sexual e na promoção de uma vida saudável e segura para meninas e mulheres.

Em sua atuação na Urgent Action Fund for Women’s Human Rights, Shalini lutou para desburocratizar o acesso a recursos para grupos feministas e defensoras dos direitos das mulheres. Ela enfatizou a necessidade de um financiamento mais sustentável e acessível para os movimentos pelos direitos das mulheres, que frequentemente enfrentam obstáculos burocráticos e falta de apoio financeiro.

Ao finalizar nossa conversa, Shalini destacou a importância da iniciativa Todas, que oferece às mulheres três meses de assinatura digital gratuita da Folha, como uma forma de ampliar o acesso à informação e fortalecer a voz feminina em nossa sociedade.

Diante dos desafios enfrentados pelas mulheres em todo o mundo, a voz de Shalini Eddens ressoa como um lembrete poderoso da importância da luta feminista e da necessidade de desconstruir as estruturas patriarcais que ainda persistem em nossa sociedade.