
Acusados de Complô, Estrangeiros são Detidos na Venezuela
No último sábado (14), autoridades venezuelanas anunciaram a detenção de três cidadãos dos Estados Unidos, dois da Espanha e um da República Tcheca, sob a acusação de estarem envolvidos em um suposto complô para desestabilizar o país. Além disso, foram apreendidas 400 armas que teriam origem nos Estados Unidos.
O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, revelou em uma coletiva de imprensa que os estrangeiros detidos estavam ligados a planos considerados “terroristas”, que incluíam atentados contra a vida do ditador Nicolás Maduro.
As prisões acontecem em meio a uma escalada de tensão diplomática entre o regime venezuelano e os governos da Espanha e dos Estados Unidos. Ambos exigem a divulgação das atas de votação, após denúncias de fraude por parte da oposição, que reivindica a vitória de Edmundo González Urrutia.
Segundo Cabello, os cidadãos espanhóis detidos, José María Basua e Andrés Martínez Adasme, em Puerto Ayacucho, possuem possíveis “vínculos” com o Centro Nacional de Inteligência da Espanha, sendo parte de um plano para atacar o país.
Entre os americanos detidos estão Wilbert Josep Castañeda, Estrella David e Aaron Barren Logan. Castañeda foi apontado como chefe do plano pela autoridade venezuelana. A tensão ainda aumentou com a chegada de Edmundo González à Espanha em busca de asilo.
O governo espanhol e o regime de Maduro se confrontaram publicamente, com a ministra da Defesa espanhola chamando o governo venezuelano de ditadura. O primeiro-ministro Pedro Sánchez recebeu González e se recusou a reconhecer a vitória de Maduro.
Os Estados Unidos, por sua vez, impuseram sanções a funcionários venezuelanos por fraude eleitoral, aumentando a pressão sobre o país sul-americano. Maduro reagiu condecorando militares alvos das sanções em uma demonstração de resistência.
Cabello ligou os supostos planos de ataque à Venezuela aos centros de inteligência da Espanha e dos Estados Unidos, bem como a líder opositora María Corina Machado. Ele exige explicações de Madrid e Washington e afirmou que os detidos estão confessando seu envolvimento nos planos terroristas.
Com a apreensão das armas, segundo o ministro, evitou-se atos terroristas promovidos por setores políticos, com o governo dos Estados Unidos sendo apontado como ligado à operação. A situação continua sob intensa tensão diplomática e política entre os países envolvidos.