O estado de Minas Gerais está enfrentando um período de tempo seco que tem dificultado o combate a incêndios, tornando a situação ainda mais crítica. De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, dez municípios mineiros estão há 159 dias sem registrar qualquer ocorrência de chuvas, com nove deles concentrados na região norte e um na região central do estado, especificamente em Felixlândia.
Outras 14 cidades também sofrem com a ausência de precipitações, sendo a mais afetada Montes Claros, no norte de Minas. O período sem chuvas está sendo prolongado devido à falta de precipitação em abril, que é caracterizado pelo fim da estação chuvosa e início da seca.
O coordenador-geral de Operação e Modelagem do Cemaden, Marcelo Seluchi, explica que a falta de chuvas é resultado de fatores como o fenômeno El Niño no ano anterior, que reduziu a umidade na região, e o aumento da temperatura no Oceano Atlântico no Hemisfério Norte, desviando as chuvas para o norte da América do Sul e afetando a umidade no Brasil.
Com a baixa umidade, as perspectivas de chuva a curto prazo são descartadas, com previsão de retorno apenas para a primeira quinzena de outubro. Esse cenário preocupante tem impactado não apenas a vegetação, mas também a atração turística da cachoeira Bom Despacho, que secou devido à falta de chuvas.
Além disso, a umidade e os fortes ventos desta época têm dificultado o combate a incêndios em Minas Gerais, afetando 11 unidades de conservação do estado, conforme relatório do Corpo de Bombeiros. Um dos locais afetados é a Serra do Caraça, onde equipes de bombeiros têm trabalhado incansavelmente para controlar as chamas.
Nas últimas 24 horas, foram registradas 368 ocorrências de incêndio em vegetação, sendo 198 delas apenas na região metropolitana de Belo Horizonte. A situação demanda atenção e esforço contínuo das autoridades para evitar danos maiores.
