Queimaduras por fogos de artifício preocupam São Paulo: hospital atende quase 100 casos em 11 meses.
Um exemplo disso pode ser observado no Hospital Municipal Doutor Cármino Caricchio, na capital paulista, que possui um Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) especializado no atendimento de vítimas de queimaduras provocadas por fogos de artifício. Desde janeiro até novembro, o CTQ atendeu 98 pacientes com esse tipo de lesão, demonstrando a gravidade do problema.
A equipe do CTQ é composta por diversos profissionais da saúde, incluindo cirurgiões plásticos, enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos. O coordenador do centro, o médico André Toshiaki Nishimura, destacou a gravidade das queimaduras causadas pelos fogos, explicando que a dor está inversamente relacionada à profundidade da queimadura. Ele também ressaltou que as partes do corpo mais afetadas costumam ser o rosto e as mãos.
Além das complicações físicas, o tratamento das lesões provocadas por fogos de artifício representa um alto custo, com internações prolongadas e cirurgias repetidas, chegando a ultrapassar a casa do milhão de reais na rede privada. Nishimura também apontou para a falta de acesso a materiais cirúrgicos adequados, ressaltando que a prefeitura investe em curativos especiais que muitos convênios não possuem.
O coordenador do CTQ também ofereceu recomendações para evitar acidentes com fogos de artifício, incluindo não manipulá-los sem supervisão, seguir as instruções de uso e armazenamento, e manter distância das pessoas que estão soltando os fogos. Em caso de queimaduras, ele orientou a lavar a área afetada com água corrente e buscar atendimento médico imediato.
Diante do risco representado pelos fogos de artifício, a discussão sobre as regulamentações e proibições de seu uso deve continuar. Enquanto isso, a população precisa estar ciente dos perigos e adotar medidas de precaução para evitar acidentes e lesões durante as comemorações.
