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Moradores de Maceió protestam durante reunião do G20 em cobrança por reparação ambiental após afundamento do solo pela Braskem.

Nesta sexta-feira (13), moradores de bairros de Maceió impactados pelo afundamento do solo devido à atividade de exploração de sal-gema pela petroquímica Braskem realizaram um ato de protesto. Cerca de 60 mil pessoas e 15 mil imóveis foram prejudicados por essa situação, o que levou os manifestantes a chamarem atenção para a necessidade de reparação ambiental dos danos causados.

O protesto, organizado pelo Movimento Unificados de Vítimas da Braskem (Muvb), coincidiu com a reunião dos ministros da Economia dos países do G20 na cidade. Enquanto os representantes discutiam temas como combate à desinformação e inclusão digital, o movimento divulgou uma carta aberta pedindo atenção para o sofrimento das famílias afetadas. O documento foi protocolado na secretaria do G20 e ressaltou o crime ambiental pelo qual a Braskem é responsabilizada.

O afundamento do solo resultou no desaparecimento de bairros inteiros, como Pinheiro, Bebedouro, Mutange, Bom Parto e parte do Farol. Comunidades como Flexais, Quebradas, Marquês de Abrantes, Bom Parto e Vila Saem também foram afetadas, e os moradores pedem o remanejamento das famílias devido à perda das condições de sobrevivência.

Os valores de indenização propostos pela empresa, R$ 40 mil por núcleo familiar, foram questionados pelos manifestantes. O Muvb buscou amparo na Corte Internacional de Direitos Humanos, alegando que esses valores são insuficientes para cobrir os danos causados pela Braskem. A ação na Holanda, que condenou a empresa a indenizar nove vítimas do afundamento, abre precedente para novos processos.

Durante uma audiência na Comissão Interamericana de Direitos Humanos, vítimas de tragédias como as barragens de Mariana e Brumadinho também cobraram responsabilização pelas autoridades. A advogada Tâmara Biolo Soares defendeu a necessidade de mecanismos de prevenção e responsabilização em casos de grande impacto social.

Em resposta, a Braskem afirmou que desde 2019 tem adotado medidas para mitigar os impactos do afundamento do solo, incluindo a realocação preventiva dos moradores de áreas de risco. A empresa destacou a compensação financeira e as ações socioambientais em andamento, totalizando mais de R$ 10,6 bilhões desembolsados até o momento.

Diante dessas demandas e desafios, os moradores continuam buscando justiça e reparação pelos danos causados, enquanto empresas e autoridades são instadas a adotar medidas mais rigorosas para evitar novas tragédias ambientais.

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