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Desmatamento na Apyterewa pode se alastrar para a Trincheira Bacajá, alerta especialista

O biólogo especialista em conservação da natureza, Rodrigues, alerta para a necessidade urgente de frear o desmatamento na Terra Indígena Apyterewa, localizada no Pará. Segundo ele, isso é essencial para evitar que o mesmo cenário se repita na Trincheira Bacajá, uma vez que uma das principais frentes de invasão é uma estrada ilegal que conecta as duas áreas.

Rodrigues ressalta que a TI Apyterewa já está sendo intensamente invadida, o que tem confinado os indígenas em seu próprio território. Ele alerta para o risco de que a Trincheira Bacajá sofra o mesmo destino se medidas não forem tomadas com urgência.

Os focos de incêndio na Trincheira Bacajá estão concentrados em duas estradas ilegais, o que tem contribuído para fragmentar e vulnerabilizar cada vez mais a terra indígena. A estrada conhecida como “estrada do Mogno”, aberta em 2019 para transporte de madeira ilegal, tem sido alvo de denúncias por promover invasões e ocupações por grileiros, gerando preocupação entre os especialistas.

A Vila Renascer, uma das principais áreas invadidas na região, cresceu durante o governo de Bolsonaro, impulsionada por discursos anti-indígenas. A comunidade chegou a ter infraestrutura como postos de gasolina, hotéis e até rede de energia fornecida por uma concessionária local.

A operação de desintrusão da Apyterewa foi marcada por momentos de tensão, tanto no campo quanto nos gabinetes de Brasília. Pressões políticas tentaram abortar a ação, que resultou na morte de um dos invasores pela Força Nacional. Mesmo com a destruição da Vila Renascer, a estrada proveniente dela ainda se estende por 40 km, atravessando outras terras indígenas e evidenciando a urgência em conter o avanço do desmatamento na região.

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