Sequência de Incêndios Florestais Alarma o Brasil e Países Vizinhos
Uma sequência de incêndios florestais em vários pontos do Brasil está espalhando um manto de fumaça com poluentes que já se alastrou por boa parte do território nacional, afetando também países vizinhos. Os dados são do CAMS (Serviço de Monitoramento da Atmosfera, na sigla em inglês) do observatório Copernicus, da União Europeia.
Imagens fornecidas à Folha pela instituição mostram como o material particulado produzido nas queimadas, que gera poluição, aumentou de forma expressiva entre 1º de agosto e 9 de setembro. Mesmo regiões que não foram diretamente atingidas pelas chamas vêm sendo afetadas pela fumaça, que se espalha com o vento.
Situação Emergencial
Os fogos localizados, combinados ao clima seco, já influenciam a qualidade do ar. A partir de 11 de agosto, os dados já evidenciam a intensificação da concentração do material particulado. Plumas densas de fumaça já cobrem uma área maior da região central e norte do país.
As regiões em vermelho no mapa indicam um aumento das queimadas, que deterioram a qualidade do ar em uma área cada vez maior. Em 21 de agosto, os níveis de aerossóis estão ainda maiores, evidenciando maior atividade dos incêndios. A fumaça é transportada pelo vento.
Impacto na Saúde e no Meio Ambiente
O efeito cumulativo do clima seco, juntamente com semanas de queimadas intensas em todo o país, contribuíram para degradar significativamente a qualidade do ar respirado pelos brasileiros. Esses materiais particulados são perigosos à saúde, podendo causar doenças respiratórias e problemas cardiovasculares, além de diversos outros danos associados.
Além de deteriorar a qualidade do ar, os fogos também estão aumentando as emissões de carbono nas áreas afetadas. As cifras deste ano, que ainda não acabou, já superaram as do recordista anterior, 2022, que teve 22,7 megatoneladas emitidas.
Cenário Alarmante
“Com o pico da temporada de incêndios ainda por vir neste mês, os valores [das emissões de carbono] vão aumentar ainda mais”, disse Mark Parrington, cientista sênior do Serviço de Monitoramento da Atmosfera do Copernicus.
