
Prisão domiciliar autorizada para ex-policial penal bolsonarista que matou militante petista em Foz do Iguaçu
A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná decidiu autorizar a prisão domiciliar do ex-policial penal bolsonarista Jorge Guaranho, responsável pela morte do guarda municipal e militante petista Marcelo Arruda em julho de 2022 em Foz do Iguaçu. A decisão foi tomada durante o julgamento de um recurso da defesa nesta quinta-feira (12).
De acordo com os juízes de segunda instância, o Complexo Médico Penal onde Guaranho estava preso desde agosto daquele ano não oferecia condições adequadas ao réu, que também foi atingido por tiros no episódio. O desembargador substituto Benjamim Acácio de Moura e Costa destacou que a prisão estava “agravando a situação física dele” e enfatizou a necessidade de cuidados específicos para o réu.
O júri do ex-policial penal bolsonarista está marcado para fevereiro de 2025 em Curitiba, onde ele responderá pelo crime de homicídio duplamente qualificado. O caso chocou o país, pois foi registrado por câmeras de segurança durante a festa de aniversário de Arruda, que contava com símbolos e imagens do PT e de Lula, então candidato à presidência.
O desembargador Acácio, ao analisar o recurso do réu, considerou a legítima defesa como uma possível motivação para o crime e expressou sua opinião de que o caso poderia ser enquadrado como trancamento da ação penal. Ele também criticou a violência política presente no episódio e questionou a qualidade dos envolvidos. No entanto, ressaltou que sua preocupação era com o comportamento observado e não com questões partidárias.
Além disso, Acácio destacou a brutalidade de três pessoas que agrediram Guaranho quando ele já estava ferido no chão, defendendo que deveriam ser indiciadas por tentativa de homicídio devido aos atos de “selvageria e covardia”. Ele reforçou a importância de não associar o caso a questões políticas, mas sim analisar os atos cometidos por cada indivíduo envolvido.