Descoberta de um Neandertal Desconhecido na Caverna Mandrin

A descoberta de um corpo de neandertal na Caverna Mandrin, na França, tem redefinido nossa compreensão sobre as últimas populações neandertais na Europa. A pesquisa, publicada recentemente na revista Cell Genomics, revelou a existência de uma linhagem neandertal totalmente desconhecida, mudando profundamente nossos conhecimentos sobre esses humanos pré-históricos.

Uma linhagem totalmente desconhecida

O estudo, liderado por uma equipe de pesquisadores, incluindo geneticistas populacionais e paleogenomistas, revelou que a população do neandertal encontrado na Caverna Mandrin pertence a uma linhagem separada dos neandertais clássicos. Essa descoberta contradiz a ideia anterior de que as populações neandertais eram altamente homogêneas geneticamente.

Os pesquisadores encontraram 31 dentes, ossos da mandíbula, fragmentos de crânio, falanges e outros restos mortais pertencentes a esse neandertal, apelidado de Thorin. Esses achados têm proporcionado insights sobre a vida e características desses antigos habitantes da Europa.

Perguntas estonteantes

A descoberta de Thorin levanta questões intrigantes sobre a extinção dos neandertais e a interação com os humanos modernos. A pesquisa genética revelou que Thorin tinha ligações com outro neandertal descoberto no Rochedo de Gibraltar, apelidado de Nana. Ambos os neandertais viveram nos últimos milênios de existência dessas populações, apesar de estarem separados por uma distância considerável.

Essa descoberta obriga a revisão de teorias anteriores sobre a relação entre os neandertais e os humanos modernos na Europa. A existência de populações divergentes de neandertais e sua interação com os sapiens nos desafiam a repensar a evolução humana e a compreender melhor as complexidades desses períodos pré-históricos.

Em suma, a descoberta de Thorin e a análise de sua linhagem desconhecida abrem caminho para novas pesquisas e questionamentos sobre a história da humanidade e as interações entre diferentes grupos humanos no passado distante.

_{Este artigo foi publicado no The Conversation Brasil e reproduzido aqui sob a licença Creative Commons. Clique aqui para ler a versão original.}