Desaceleração da inflação para todas as classes de renda em agosto, aponta indicador do Ipea. Alimentos e habitação influenciam resultado.
De acordo com o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, todas as classes de renda apresentaram desaceleração da inflação acumulada em 12 meses, com as famílias de renda muito baixa tendo a menor inflação acumulada no período (3,72%) e a faixa de renda alta apresentando o percentual mais elevado (4,97%).
A queda inflacionária foi influenciada principalmente pelos grupos de alimentos e bebidas e habitação, que registraram deflações em itens como cereais, tubérculos, hortaliças, aves, ovos, leites, derivados e panificados. Além disso, a queda de 2,8% nos preços de energia elétrica contribuiu para a diminuição da inflação relacionada à habitação.
Mesmo com a deflação dos alimentos, energia e a queda nos preços de passagens aéreas, as famílias de renda alta enfrentaram pressão inflacionária devido ao reajuste de 0,76% nas mensalidades escolares, aumento dos planos de saúde, serviços médicos, dentários e despesas pessoais.
Segundo o Ipea, a melhora no desempenho dos grupos de habitação e saúde e cuidados pessoais contribuíram para a desaceleração da inflação em relação ao mesmo período do ano anterior. A alta nos preços da energia elétrica em 2023 ficou acima da queda registrada em 2024, enquanto a deflação dos artigos de higiene em agosto deste ano contrasta com os reajustes do ano anterior.
Esses dados apontam para um cenário de desaceleração da inflação e uma distribuição mais equilibrada dos impactos nos diferentes segmentos de renda, refletindo as transformações econômicas e a variação dos preços ao longo do tempo.
