O chefe de gabinete do vereador Carlos Bolsonaro, Jorge Fernandes, está sendo acusado de liderar um esquema de “rachadinha” no gabinete do político. Segundo relatório da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do MP-RJ, Fernandes efetuou o pagamento de boletos em nome do ex-presidente Jair Bolsonaro, da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e também em nome de Carlos, no período entre 2012 e 2019.
As informações fazem parte da investigação conduzida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, que resultou na denúncia contra Fernandes. O relatório, divulgado pelo ICL Notícias, foi confirmado pela equipe da Folha após o oferecimento da denúncia contra o chefe de gabinete.
Em depoimento ao MP-RJ, Fernandes negou ter pago boletos em nome de terceiros. Já Carlos Bolsonaro recebeu com tranquilidade a informação de que a investigação contra ele foi arquivada, declarando confiança na inocência de seus funcionários.
O relatório aponta que Fernandes quitou boletos em nome de Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro, além de 19 boletos em nome de Carlos, totalizando um valor de R$ 23,4 mil entre 2012 e 2019. Há ainda suspeitas sobre a ausência de pagamento de planos de saúde de Carlos, informados em seu Imposto de Renda, mas não registrados nos extratos bancários.
A investigação contra Carlos foi aberta após denúncias de “funcionários fantasmas” em seu gabinete, levando à quebra de sigilo bancário de servidores e ex-servidores da Câmara. O MP apontou uma movimentação financeira que dificultava as investigações, com destaque para os saques realizados por Carlos em sua conta bancária.
As divergências nos padrões de movimentação financeira entre Carlos e seu irmão Flávio Bolsonaro também foram citadas, sendo que Flávio não sacou metade de sua remuneração na Assembleia Legislativa, diferentemente de Carlos. Essas evidências são fundamentais para a apuração do caso de “rachadinha” e para esclarecer a origem dos valores em espécie utilizados.