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Brasil pode adotar horário de verão em 2024 para garantir segurança no abastecimento de eletricidade, revela proposta do governo.

O país se prepara para adotar o horário de verão como medida de segurança energética

No cenário atual, o Brasil se vê diante da necessidade de recorrer ao horário de verão para garantir a segurança no abastecimento de eletricidade em determinados horários e também para reduzir os custos de energia. A proposta de implementar essa medida em 2024 está em discussão pelo governo e, caso não ocorra neste ano, será considerada para 2025, visando a diminuir a dependência das condições climáticas.

Contudo, é importante destacar que a questão vai muito além do horário de verão e envolve uma série de problemas e ações que vêm sendo postergadas. Apesar da seca enfrentada pelo país, os reservatórios das hidrelétricas ainda não atingiram níveis críticos, com uma quantidade de água disponível para geração de energia que chega a ser a maior desde 2011, com exceção de 2023.

Um dos desafios é a necessidade de distinguir entre a capacidade total de gerar energia e a energia efetivamente disponível em momentos de alta demanda, como durante o pico de consumo, que atualmente ocorre no meio da tarde devido ao uso intensivo de aparelhos de ar condicionado nos meses quentes. Essa mudança de perfil de consumo influenciou a análise sobre a eficácia do horário de verão como medida de economia energética.

Na última quinta-feira, por exemplo, foi observado um consumo de 94,8 mil MW às 15h15, com destaque para a contribuição das fontes hídricas, solares e eólicas na geração de energia. No entanto, à medida que o dia avançava, a geração das hidrelétricas eólicas se tornou ainda mais relevante, enquanto a energia solar diminuía naturalmente com o entardecer.

Diante desse panorama, torna-se essencial diversificar as fontes de energia, investir em termelétricas, aumentar a utilização de energia proveniente de Itaipu e até mesmo importar eletricidade de países vizinhos, como Argentina e Uruguai. Além disso, é fundamental adotar medidas que incentivem a redução do consumo em horários de pico e flexibilizar as restrições de uso das hidrelétricas, considerando suas múltiplas finalidades.

Em suma, o horário de verão pode representar uma solução econômica e de curto prazo para atenuar os riscos energéticos atuais e economizar recursos financeiros, porém, é fundamental adotar uma abordagem mais abrangente e sustentável para garantir a segurança energética do país a longo prazo.

Por isso, é imprescindível promover leilões para a compra de energia renovável, incluindo a opção de armazenamento por meio de baterias, visando melhorar a gestão e a disponibilidade de energia nas horas de maior demanda. Ações como essas são essenciais para enfrentar os desafios presentes e futuros no setor energético brasileiro.

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