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Por João Barros *
Em uma experiência marcante vivida em uma turma universitária, foi possível observar a importância da disciplina Religião e Sociedade. Criada após uma proposta identificar a ausência de uma oferta que tratasse do fenômeno religioso no campus das Humanas/Sociais Aplicadas, o objetivo era proporcionar aos estudantes uma compreensão mais ampla do que está acontecendo no Brasil nos últimos anos, livre de preconceitos e racionalismos.
Surpreendentemente, a maioria dos alunos inscritos na disciplina eram evangélicos. Ao longo das aulas, percebeu-se que muitos deles tinham suas vivências marcadas por experiências de sofrimento e decepção, tanto pessoais quanto familiares.
Durante uma aula, ao pedir para os alunos discutirem as posições de suas denominações sobre direitos humanos, revelações emocionais surgiram. Relatos de conflitos internos e experiências espirituais intensas foram compartilhados, resultando em lágrimas e agradecimentos pela oportunidade de expressão e reflexão proporcionada pela disciplina.
A turma se mostrou grata pelo ambiente de confiança criado, revelando uma faceta da universidade que muitos não esperavam encontrar. Para o professor João Barros, a experiência foi uma manifestação da graça divina, mostrando que o ensino superior também pode ser um espaço de acolhimento e crescimento espiritual.
* João Barros é doutor em Filosofia e Ciências Sociais, atualmente lecionando em instituições de ensino. Autor de diversas obras acadêmicas, coordena projetos de pesquisa sobre a relação entre evangélicos e política na América Latina.
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