A Exposição à Poluição do Ar na Infância Pode Impactar a Mobilidade Social na Vida Adulta

Um estudo realizado nos Estados Unidos revelou que a exposição à poluição do ar durante a infância pode resultar em menor mobilidade social na idade adulta. Esse impacto está relacionado não apenas aos efeitos negativos imediatos da poluição na saúde, mas também ao aumento das desigualdades sociais e ao consequente peso sobre a saúde pública em geral.

Os dados analisados abrangeram informações relacionadas à concentração de poluentes atmosféricos e questionários sociodemográficos do censo desde 1982 até 2015. A pesquisa, liderada por Sophie-An Lee, da Universidade de Harvard, foi publicada na revista PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences) e destacou a importância dessa temática.

Os cientistas utilizaram dados de satélite para calcular a exposição ao material particulado de dimensão 2,5 (PM2,5) em 1982, um poluente atmosférico altamente prejudicial à saúde. Foi observado que a cada aumento de exposição de 1 µg/m3 a mais de PM2,5 na infância, a taxa de mobilidade social absoluta (AUM) diminuía em média 1.146%. Isso equivale a uma redução de 4.887% na possibilidade de mobilidade social.

Além disso, a análise a nível microrregional revelou uma distribuição desigual nos Estados Unidos, com os condados mais expostos à poluição apresentando uma renda média na vida adulta inferior aos demais. Embora não tenha sido estabelecida uma relação causal direta entre a exposição à poluição do ar e a menor renda na idade adulta, os pesquisadores levantaram hipóteses que apontam para a influência de fatores socioeconômicos e geográficos.

Estudos anteriores já indicaram os efeitos nocivos da poluição do ar na saúde, como o aumento de doenças respiratórias e cardiovasculares. É essencial compreender essas relações e promover ações que visem reduzir a exposição da população a esses poluentes, visando assim a melhoria da qualidade de vida e a redução das desigualdades sociais.