Estudo revela impacto econômico do acordo de livre comércio entre Mercosul e China até 2035, com ganhos e perdas para o Brasil

Acordo de livre comércio Mercosul-China em discussão

Desde o ano passado, as conversas entre Brasil e China sobre um eventual acordo de livre comércio têm suscitado debates e expectativas. Nesta quarta-feira (11), um estudo do CEBC (Conselho Empresarial Brasil-China) será divulgado, trazendo projeções do possível impacto desse acordo até 2035.

Segundo o relatório, o Brasil poderia ter ganhos significativos, como um acréscimo de 1,43% no PIB, aumento de 7,3% nos investimentos, elevação real de salários em 1,26%, além de aumento nas exportações e importações. O país também teria o maior aumento do PIB entre os membros do Mercosul, com um incremento de US$ 30 bilhões.

No entanto, nem todos os setores seriam beneficiados igualmente. Enquanto o agronegócio teria um aumento expressivo na produção, a indústria de transformação poderia sofrer perdas consideráveis, especialmente em setores como têxteis, vestuário, produtos eletrônicos e calçados.

O economista Renato Baumann, responsável pelo relatório, destaca a importância de analisar a experiência do acordo entre Asean e China, que proporcionou benefícios econômicos para os países do Sudeste Asiático. Baumann ressalta a necessidade de o Brasil se adaptar às mudanças do mercado global e não perder oportunidades de integração regional.

O relatório também destaca a importância de considerar não apenas questões comerciais, mas também de investimentos, tecnologia e criação de cadeias produtivas regionais. Para mitigar possíveis impactos sobre a indústria brasileira, Baumann sugere investimentos em treinamento e capacitação de mão de obra.

As negociações entre o Mercosul e a China estão em curso, com o governo brasileiro demonstrando interesse em discutir um acordo de livre comércio. No entanto, há resistências internas nas conversas, e os chineses têm focado esforços na adesão do Brasil à Iniciativa Cinturão e Rota.

Com tantos aspectos a considerar, o futuro do acordo de livre comércio entre Mercosul e China permanece incerto, mas o debate sobre seus possíveis impactos continua em pauta.

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