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Reconstrução da BR-319: desafios ambientais e promessas políticas para ligar Manaus a Porto Velho em meio a crise socioambiental.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu concluir a reconstrução da BR-319, importante rodovia que liga Manaus a Porto Velho (Rondônia). A estrada, que atualmente possui mais da metade do trecho de terra ou lama em parte do ano, é alvo de discussões entre ambientalistas, cientistas e defensores dos povos indígenas.

Lula argumenta que a seca no rio Madeira, que prejudica a navegação e o funcionamento das hidrelétricas, é um dos motivos para a finalização da obra. No entanto, há preocupações em relação aos impactos ambientais e sociais que a conclusão da BR-319 pode trazer. Ambientalistas alertam para o risco de aumento na ocupação das margens, invasões em terras indígenas e danos a unidades de conservação.

Construída na década de 1970 durante a ditadura, a BR-319 já se tornou parcialmente intransitável em 1988. Desde então, diversos governos planejaram a reconstrução, mas a obra esteve constantemente suspensa devido a irregularidades ambientais e disputas legais. A degradação da floresta na região amazônica e os impactos socioeconômicos da expansão agropecuária e mineral são preocupações crescentes.

O governo, sob a gestão de Lula, tem intensificado a fiscalização da extração ilegal de madeira na região, mas fraudes e corrupção continuam sendo desafios. A destruição da floresta e os incêndios resultantes representam uma ameaça não apenas ambiental, mas também para a agropecuária e a economia do país.

A questão central é que a conclusão da BR-319 não aborda as causas profundas da destruição ambiental, como a integração dos destruidores à economia formal e a pobreza. Medidas de prevenção e fiscalização são importantes, mas sem um enfrentamento dessas questões estruturais, o combate à degradação ambiental pode se resumir a apagar incêndios momentâneos.

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