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Manifestantes interrompem sessão no Senado do México durante discussão de polêmica reforma judicial de López Obrador.

Manifestantes interrompem sessão no Senado do México

Centenas de manifestantes tomaram de assalto o plenário do Senado do México nesta terça-feira (10), forçando os parlamentares a suspender a sessão que discutia a polêmica reforma judicial proposta pelo presidente Andrés Manuel López Obrador.

O projeto em questão propõe a eleição de membros do Poder Judiciário por voto popular, a partir de listas de candidatos elaboradas pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o que tem gerado críticas sobre a possibilidade de minar a independência judicial. A proposta já havia sido aprovada em primeira votação na Câmara.

Após permanecerem protestando nos arredores do prédio legislativo, os manifestantes invadiram o plenário, levando à suspensão da sessão. O presidente do Senado, Gerardo Fernández Noroña, foi obrigado a encerrar os trabalhos indefinidamente diante do tumulto.

A presença policial no local era escassa, o que facilitou a entrada dos manifestantes, que incluíam funcionários judiciais em greve e estudantes universitários, engajados em cânticos de protesto e com bandeiras do México.

Noroña anunciou que a sessão seria retomada na antiga sede do Senado, conhecida como a Casa de Xicoténcatl, às 19h, reiterando o compromisso com a reforma do Poder Judiciário.

O presidente López Obrador, cuja popularidade está em torno de 70%, defende a reforma judicial acusando juízes e ministros de favorecerem grupos criminosos e corrupção. A proposta é uma das principais bandeiras do presidente, que pretende aprová-la como seu último ato de governo.

A reforma enfrenta resistência da Suprema Corte de Justiça da Nação e críticas da oposição, que questiona a rapidez com que o projeto avança no Congresso, sem debate suficiente. Os Estados Unidos também manifestaram preocupação com a possibilidade de a eleição popular de juízes abrir espaço para influências do tráfico de drogas.

Além da eleição popular de juízes, a proposta inclui a redução de ministros do Supremo, a diminuição de seus mandatos e mudanças nos órgãos corregedores do Poder Judiciário, entre outras medidas.

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