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Brasil busca estratégias inovadoras para fortalecer os anos finais do ensino fundamental e combater o abandono escolar

Brasil intensifica atenção aos anos finais do ensino fundamental

Nos últimos anos, o Brasil tem direcionado cada vez mais sua atenção para uma etapa crítica da educação: os anos finais do ensino fundamental. Compreendidos entre o 6º e o 9º ano, essa fase é cursada por estudantes com idades entre 11 e 14 anos e é marcada por grandes mudanças em suas vidas, à medida que entram na adolescência. Além disso, geralmente enfrentam a transição para escolas maiores e novos desafios de aprendizagem. Essa etapa é essencial para que eles concluam seus estudos até o final do ensino médio.

No sentido de discutir como o Brasil e outros países estão lidando com a garantia de uma educação de qualidade nesses anos finais do ensino fundamental, o Seminário Internacional "Construindo uma Escola para as Adolescências" foi realizado nesta terça-feira (10) no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e transmitido online.

Durante o evento, a coordenadora Executiva Adjunta da ONG Ação Educativa, Edneia Gonçalves, destacou a importância de considerar o papel da educação e da escola na redução das desigualdades no país. Ela salientou que a função social da escola é garantir que todos tenham acesso a uma trajetória educacional que proporcione aprendizagens significativas para o desenvolvimento de suas vidas, embora essa missão não seja tão simples quanto parece.

Dados apontam que não existe igualdade de condições de estudo e formação para todos os brasileiros, com a maioria dos casos de reprovação e abandono escolar ocorrendo entre as populações mais vulneráveis. Grupos étnicos como negros, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência apresentam maior incidência de abandono escolar em comparação com a população branca.

Em julho deste ano, o governo federal lançou o Programa Escola das Adolescências, voltado para os anos finais do ensino fundamental. O programa busca promover uma educação de qualidade que atenda às diversas realidades da adolescência no Brasil, tornando a escola um ambiente acolhedor que impulsione o desenvolvimento integral dos estudantes.

Além disso, foi apresentado durante o evento um estudo da OCDE em parceria com a Fundação Itaú Social, que destaca a importância da conclusão do ensino médio como requisito mínimo para uma vida plena. O estudo aponta que nenhum país, incluindo o Brasil, reúne os três principais indicadores para um bom desempenho escolar: senso de pertencimento, clima disciplinar e apoio docente.

Para fortalecer a pesquisa e identificar boas práticas nos anos finais do ensino fundamental, o Ministério da Educação em parceria com a Fundação Itaú lançará um edital voltado para o reconhecimento e fortalecimento de iniciativas educacionais nessa etapa. O edital será direcionado a professores, grupos de pesquisa e associações da sociedade civil engajadas nesse tema.

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