Opositor venezuelano embarca para Espanha após receber asilo

Antes da partida do opositor venezuelano, Edmundo Gonzalez Urrutia, para a Espanha, país que lhe concedeu asilo, ele havia sido processado após contestar a reeleição do chefe de Estado Nicolás Maduro em 28 de julho, quando também foi candidato. O embarque de Gonzalez aconteceu na noite de sábado (7), em meio às tensões entre Brasília e Caracas sobre a embaixada da Argentina.

O governo venezuelano revogou a autorização dada ao Brasil para representar o país, em um movimento que aumentou ainda mais a pressão diplomática na região.

“A seu pedido, Edmundo Gonzalez voa para Espanha em um avião da Força Aérea Espanhola. O governo espanhol está empenhado em respeitar os direitos políticos e a integridade física de todos os venezuelanos”, disse o ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel Albares, nas redes sociais.

Gonzales Urrutia, que vivia na clandestinidade há mais de um mês, estava sujeito a um mandado de detenção desde 3 de setembro por não ter comparecido a três citações do Ministério Público por “desobediência às leis”, “conspiração, “usurpação de funções” e “sabotagem”. A oposição e observadores internacionais questionam a independência da justiça venezuelana.

A saída de Gonzalez para a Espanha marca mais um capítulo na crise política que assola a Venezuela e reforça o papel dos países europeus como destinos para opositores perseguidos em regimes autoritários. A situação no país sul-americano continua sendo acompanhada de perto pela comunidade internacional, que busca soluções para garantir a estabilidade e a democracia na região.