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Justiça Eleitoral barra candidatura de ex-militar condenado por assalto a banco em Mogi das Cruzes, Grande São Paulo

Juiz barra candidatura de condenado por integrar quadrilha em Mogi das Cruzes

O juiz da 74º Zona Eleitoral, Gustavo Alexandre da Câmara Leal Belluzzo, indeferiu o registro de candidatura de Edilson Ricardo da Silva (PRTB) a uma vaga de vereador em Mogi das Cruzes, Grande São Paulo. A decisão foi tomada após o Estadão revelar, em primeira mão no dia 22 de agosto, que Silva foi condenado por participar de uma quadrilha que atacou uma companhia da Polícia Militar em Guararema, região metropolitana, com o objetivo de assaltar caixas eletrônicos de um banco. Silva, ex-militar, foi sentenciado a um total de 9 anos e 4 meses de prisão, entre a Justiça Militar e a Justiça Comum, pelo crime ocorrido em 2009.

Esta é a primeira vez que Silva tenta concorrer a um cargo eletivo. Ele faz parte do mesmo grupo que Tarcísio Escobar de Almeida e Júlio Cesar Pereira, conhecido como Gordão, ambos ligados informalmente ao PRTB e acusados de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC), conforme reportagem do Estadão publicada em 21 de agosto. Enquanto Escobar nega as acusações, Gordão não se pronunciou. Silva é o vice-presidente do PRTB em Mogi, no entanto, não apresentou contestação nem respondeu às solicitações da Justiça Eleitoral. Até o momento, o Estadão não conseguiu contato com o candidato para saber se ele irá recorrer da decisão.

Silva foi enquadrado no trecho da Lei de Inelegibilidades que veta candidaturas de indivíduos condenados por crimes contra o patrimônio privado, sistema financeiro, mercado de capitais e organização criminosa, quadrilha ou bando, até oito anos após o cumprimento da pena. O acórdão do Tribunal de Justiça Militar descreve a participação de Silva na ação conhecida como Novo Cangaço, destacando que sua função era repassar informações privilegiadas para o soldado Miranda, apontado como mentor do crime.

O caso envolvendo Silva e sua ligação com atividades ilícitas durante o planejamento do crime foi evidenciado por meio de ligações telefônicas, que revelaram contatos com pessoas envolvidas em atos criminosos. O soldado Anderson Paixão Bertoldo, membro do PCC, mantinha contato com Alaelson Cruz Brandão, especialista em furto e roubo de caixas eletrônicos, conforme apurado no IPM do caso.

O PRTB, partido ao qual Silva é filiado, tem sido alvo de diversas investigações e condenações envolvendo seus dirigentes. Desde o ex-coach Pablo Marçal, candidato a prefeito de São Paulo, até o vice-presidente nacional Antônio Amauri Malaquias de Pinho, condenado por exploração de prestígio. Outro membro do partido, Adevando Furtado da Silva Junior, foi sentenciado por descaminho. Além disso, Tarcísio Escobar de Almeida, também ligado ao PRTB, foi indiciado por associação ao tráfico e ao PCC.

Com isso, o cenário político em Mogi das Cruzes se mostra cada vez mais conturbado, com a presença de candidatos envolvidos em crimes e esquemas ilícitos. A população aguarda por um desfecho transparente e que respeite os princípios democráticos, afastando da vida pública aqueles que desrespeitam a lei.

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