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Rose Bispo: a jornada de uma mulher quilombola em busca de sua identidade e reconhecimento na sociedade brasileira

A paracatuense Rose Bispo, de 47 anos, revela que assumir sua identidade como mulher negra e quilombola teve um custo emocional elevado. Em uma jornada de autodescoberta, ela descobriu suas raízes nas comunidades de Porto Pontal e Bagres, ambas remanescentes de quilombos em Paracatu. A falta de diálogo da mãe sobre o assunto levou Rose a buscar respostas por conta própria, resultando em um sentimento de surpresa e felicidade ao se reconhecer como integrante dessas comunidades.

Atualmente, Rose atua como curadora da Feira de Economia Criativa durante o Festival Literário Internacional de Paracatu, uma oportunidade para artesãos e empreendedores locais exibirem seus trabalhos. Mesmo com avanços, como a criação do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, Rose destaca a resistência ao preconceito em relação à sua identidade quilombola na cidade.

A presidente do Conselho Municipal, que também é capoeirista e defensora da cultura afro-brasileira, ressalta o desafio de fortalecer o sentimento de pertencimento entre os quilombolas locais. Ela destaca a presença de uma juventude quilombola engajada, que se empodera e se reconhece através de elementos culturais como penteados afro.

Além de Rose, outras personagens se destacam no cenário cultural de Paracatu, como Valeria Ferreira Gomes, conhecida como Val, uma trancista que empodera mulheres através de seu trabalho. Val comemora a participação no festival literário, destacando a importância de ocupar espaços considerados elitizados na cidade.

Outro projeto que ganha destaque é a Fábrica de Biscoitos, iniciativa de mulheres quilombolas que buscam geração de renda. Janaína Lopes de Moura, uma das integrantes, destaca a importância de permanecer no quilombo para continuar enraizando as tradições africanas em suas famílias.

A presença da ancestralidade e da história da diáspora africana é marcante em Paracatu, segundo o escritor Itamar Vieira Júnior, que ressalta a diversidade e a importância da cidade na formação do Brasil. A Fliparacatu se destaca como um evento que valoriza e promove a cultura e a identidade quilombola, ressaltando a importância de manter vivas essas tradições.

A luta pela valorização e reconhecimento das comunidades quilombolas em Paracatu é uma responsabilidade compartilhada por diversos indivíduos e grupos, como Rose Bispo, Val e Janaína, que buscam preservar a história e a cultura de seus antepassados. A presença dessas vozes e iniciativas na cidade reforça a importância de celebrar e fortalecer a diversidade cultural que faz parte da identidade de Paracatu.

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