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Investigações apontam movimentações financeiras suspeitas do prefeito de Rosário
No centro de uma ação civil pública por suposto ato de improbidade administrativa, o prefeito de Rosário, Calvet Filho (PSC), está sendo investigado pelo Ministério Público do Maranhão devido a movimentações financeiras suspeitas, envolvendo valores sem origem identificada. Além do gestor municipal, seus familiares e empresas ligadas aos Calvet também estão sob investigação, juntamente com sócios de companhias que possuem contratos com a administração local.
De acordo com informações obtidas durante as investigações da Promotoria, a filha mais velha do prefeito está matriculada em uma faculdade de Medicina em São Luís, onde a mensalidade é de R$ 12.626,00, enquanto a outra filha estuda em uma escola com mensalidade de R$ 2.800,00. Os valores das mensalidades somados ultrapassam a remuneração bruta do gestor, que é de R$ 15 mil, com um valor líquido de R$ 11.108,38.
O prefeito declarou em seu registro de candidatura, em 2020, que não possui bens em seu nome, mas as investigações revelam gastos incompatíveis com seus rendimentos. A promotora Maria Cristina Lobato destaca que o enriquecimento ilícito não se restringe apenas ao prefeito, mas também se estende aos seus familiares, que apresentaram uma evolução patrimonial acelerada, principalmente após a eleição de Calvet Filho.
Além disso, a ação aponta que o prefeito recebeu seis parcelas do auxílio emergencial em 2020, totalizando R$ 3,3 milhões em danos causados. O Ministério Público está buscando a indisponibilidade dos bens do prefeito e de seus familiares, bem como a condenação por improbidade administrativa que resultou no enriquecimento ilícito dos mesmos.
A promotora Maria Cristina ressaltou que as investigações tiveram início em 2023, após o Ministério Público detectar indícios de enriquecimento ilícito do prefeito e do irmão, Jonatha Calvet, em conluio com pessoas físicas e jurídicas. Com base nas informações obtidas, os fatos foram comunicados ao procurador-geral de justiça para possíveis providências na esfera penal.
As investigações também apontaram para depósitos sem origem identificada nas contas dos investigados, com valores consideráveis recebidos pelo prefeito, sua esposa e seu irmão. A Promotoria destacou que as movimentações financeiras incompatíveis com os rendimentos dos investigados são um dos principais indícios de irregularidades.
O Ministério Público também constatou que a empresa da qual Jonatha Calvet é sócio, a Farmacenter, recebeu uma quantidade significativa de depósitos em dinheiro, levantando suspeitas de que a empresa pudesse estar sendo utilizada como forma de camuflar o enriquecimento ilícito dos envolvidos.
A reportagem do Estadão entrou em contato com o prefeito Calvet Filho e demais citados na ação civil pública, por meio de e-mails enviados à Secretaria de Comunicação da prefeitura de Rosário, aguardando suas manifestações.