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Julgamento no Reino Unido expõe erros da BHP Billiton que levaram ao rompimento da barragem em Mariana, diz escritório de advocacia

No primeiro dia do julgamento na Justiça britânica que irá definir se a mineradora anglo-australiana BHP Billiton é responsável pela tragédia do rompimento de uma barragem em Mariana (MG), em 2015, o escritório Pogust Goodhead (PG) apresentou argumentos que apontam os erros cometidos pelas mineradoras e que teriam levado ao desastre.

A tragédia em Mariana resultou na morte de 19 pessoas, além do feto de uma das sobreviventes, e liberou 40 milhões de metros cúbicos de resíduos e lama tóxicos no Rio Doce. Os impactos dessa tragédia foram catastróficos e duradouros nas comunidades e empresas da região.

O julgamento teve início nesta segunda-feira e irá se estender até 5 de março de 2025. As audiências começaram com as declarações iniciais dos advogados das partes envolvidas, com a exposição feita pelo PG.

De acordo com o escritório Pogust Goodhead, a Samarco, responsável pela Barragem de Mariana, era uma joint venture entre a BHP e a Vale. O Conselho de Administração da Samarco, segundo relatos do PG, era composto por representantes majoritários da BHP e da Vale, sem a presença de membros independentes em sua diretoria executiva.

Durante as audiências, o tribunal ouviu que a BHP tinha conhecimento, pelo menos três anos antes do rompimento, de que a Vale estava despejando quantidades excessivas de rejeitos na barragem, indo contra o contrato estabelecido entre as empresas.

O escritório também afirmou que a BHP aprovou planos para aumentar a altura da barragem, mesmo sabendo dos riscos e dos sinais de estresse severo apresentados pela estrutura.

A BHP, por sua vez, refutou as alegações, alegando que sempre manteve operações e gestão independentes e que está colaborando com as autoridades brasileiras para o processo de reparação e compensação em andamento.

A empresa destaca o trabalho realizado pela Fundação Renova, criada em 2016, que já destinou mais de R$ 38 bilhões em auxílio financeiro emergencial, indenizações, reparação do meio ambiente e infraestrutura para as pessoas e comunidades afetadas pela tragédia em Mariana.

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