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Procurador de Justiça vítima de racismo no TJ-SP recebe desagravo em sessão solene do MP-SP

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) promoveu, nesta sexta-feira (6), uma sessão solene de desagravo em apoio ao procurador de Justiça Eduardo Dias de Souza Ferreira, que foi vítima de racismo nas dependências do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). O episódio ocorreu quando Eduardo tentava ingressar no tribunal e foi retirado de um elevador para passar por revista e detector de metais, mesmo após se identificar regularmente na entrada, conforme relatos da convocatória para o desagravo.

No encerramento da cerimônia, Eduardo Dias emocionado afirmou: “Não é fácil falar. Não é fácil estar aqui. Tenho recebido muitas mensagens, muito apoio. Fui às lágrimas. Uma dizia: ‘muito triste o que aconteceu com você. É lamentável, repugnante, mas ainda bem que foi com você, porque sei que levará isso adiante'”. O procurador, que atua no Ministério Público desde 1989 e também é professor da PUC-SP, recebeu apoio e solidariedade durante o evento.

O promotor Mario Malaquias, da Rede de Enfrentamento ao Racismo do MP-SP, ressaltou a importância do ato de desagravo como uma demonstração do compromisso do órgão com o combate à discriminação. “O que traz todas essas pessoas aqui é a indignação. Quando uma sessão desta acontece, o Ministério Público mostra repúdio a não só este caso como a todos que acometem a população, especialmente a negra”, afirmou.

A Associação Paulista do Ministério Público (APMP), representando mais de 3.000 membros do órgão, manifestou “irrestrito apoio” a Eduardo Dias e pediu uma rigorosa apuração dos fatos. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o segurança responsável pelo ocorrido é um policial militar e que as circunstâncias do episódio estão sob investigação. A Folha questionou a SSP sobre o caso e aguarda resposta.

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