Editor colombiano defende papel de gestor cultural
O renomado editor colombiano Juan David Correa, ex-diretor da editora Planeta e atual ministro da Cultura, faz uma reflexão sobre o papel dos editores no cenário editorial. Para Correa, os editores devem ser vistos como gestores culturais, e não apenas como indivíduos à espera do próximo best-seller.
Correa ganhou destaque ao sair da Planeta após um episódio de censura, no qual a publicação de um livro da jornalista investigativa Laura Ardila foi vetada. Ele assumiu o cargo de ministro da Cultura em meio a polêmicas, mas com um compromisso claro com a promoção da cultura colombiana.
Em entrevista à Folha, durante sua participação na Bienal do Livro em São Paulo, Correa ressaltou a importância de um trabalho manual e paciente na divulgação de autores e na construção de um catálogo diversificado. Segundo ele, a persistência é fundamental para gerar interesse e reconhecimento para os escritores, especialmente os jovens talentos colombianos.
Além disso, Correa destacou a necessidade de os editores desaprenderem certos padrões da indústria e se tornarem mais curiosos e abertos. A missão de um editor, segundo ele, é criar um ambiente propício para o florescimento de novos talentos, não apenas buscar lucros imediatos.
A presença da Colômbia como convidada especial na Bienal do Livro e a homenagem ao Brasil na Feira do Livro de Bogotá foram iniciativas que fortaleceram os laços culturais entre os dois países. A aproximação entre as culturas brasileira e colombiana é vista como uma oportunidade única para colaborações futuras e o intercâmbio de conhecimentos.
Ao final da entrevista, Correa ressaltou a importância de eventos como a Bienal do Livro para promover a diversidade cultural e dar visibilidade a autores talentosos, mesmo aqueles cujas obras enfrentam resistências editoriais. A presença de editores atentos e abertos a novas propostas pode ser determinante para a disseminação de novos talentos literários.
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