Fatos sobre a Lei da Espanha: Entenda as mudanças e a realidade dos incêndios florestais no país




Por que é falso

Lei da Espanha não prevê proibição de venda por 50 anos. O artigo 50 da Lei 43 de 2003, chamada “Ley de Montes”, estabelece as regras para manutenção e restauração do caráter florestal de áreas queimadas. O documento determina que as comunidades autônomas (como a Espanha é dividida) devem garantir as condições para a recuperação dos terrenos florestais incendiados, sendo proibido, entre outros itens, “a mudança de uso florestal por ao menos 30 anos” (fonte). Ou seja, não é permitido atividades não florestais em terras que sofreram incêndio durante esse período.

Lei sofreu mudanças. O texto original, de 2003, não previa o prazo de 30 anos. Essa modificação ocorreu apenas em 2006 (fonte). Em 2015, o artigo 50 passou por nova modificação, estabelecendo exceções. Por exemplo: comunidades autônomas podem mudar o “uso florestal” em terras queimadas quando houver “razões imperiosas de interesse público de primeira ordem” (fonte).

Incêndios continuam na Espanha. Segundo dados do relatório do Ministério da Agricultura, Pesca e Alimentação do país, entre 2006 e 2015, 131 mil incêndios afetaram uma área de 1 milhão de hectares (fonte). Em 2022, no sul da Espanha, cerca de 2,3 mil pessoas tiveram que fugir de uma queimada que se alastrou nas colinas de Mijas (fonte). No ano seguinte, um incêndio florestal queimou mais de 4 mil hectares de floresta e forçou 1.700 moradores a deixarem suas casas nas regiões de Valência e Aragão (fonte).

Este conteúdo também foi checado por Lupa e já havia sido desmentido em anos anteriores pela AFP.

Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.


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