Saques superam depósitos na poupança em julho, com saldo negativo de R$ 908,6 milhões, segundo Banco Central

Em junho, o valor total aplicado na poupança foi de R$ 370,3 bilhões, enquanto os saques totalizaram R$ 371,2 bilhões. Os rendimentos creditados nas contas somaram R$ 5,4 bilhões, resultando em um saldo total de pouco mais de R$ 1 trilhão na poupança.
No acumulado do ano, a caderneta apresenta um resgate líquido de R$ 3,7 bilhões. Isso se deve, em parte, ao alto endividamento da população, que em 2023 resultou em uma saída líquida de R$ 87,8 bilhões na poupança. Esse valor é menor do que o registrado em 2022, quando a fuga líquida atingiu o recorde de R$ 103,2 bilhões.
O aumento da Selic, a taxa básica de juros, tem incentivado a busca por investimentos com melhor performance, o que contribui para os saques na poupança. O Comitê de Política Monetária do Banco Central realizou uma sequência de elevações na Selic a partir de março de 2021, mantendo-a em 13,75% ao ano por um período de doze meses. Após o controle dos preços, o BC iniciou um ciclo de redução na Selic, e atualmente a taxa está em 10,5% ao ano.
Em meio a este cenário, a poupança tem enfrentado desafios para manter o saldo positivo. Em 2021, a retirada líquida atingiu R$ 35,49 bilhões, enquanto em 2020 a caderneta registrou um superávit recorde de R$ 166,31 bilhões, impulsionado pela instabilidade econômica provocada pela pandemia da covid-19 e pelo auxílio emergencial pago aos brasileiros.
O cenário econômico continua sendo um ponto de atenção para os investidores, que buscam alternativas mais rentáveis diante das oscilações na taxa de juros e no mercado financeiro como um todo.