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Proposta argentina de flexibilização no Mercosul para abrir novos mercados gera expectativas e tensões no bloco europeu-asiático

O Mercosul em busca de novos horizontes no comércio internacional

Após anos de tentativas e obstáculos, o Mercosul enfrenta o desafio de se tornar um instrumento efetivo de acesso aos grandes mercados externos. A elevada Tarifa Externa Comum, em comparação com padrões internacionais, tem sido um entrave para o bloco sul-americano. Diante desse cenário, a Argentina propõe uma nova abordagem, permitindo que os membros interessados em abrir novos mercados possam iniciar negociações de forma individual ou plurilateral, conforme comunicado da chancelaria argentina.

Segundo Mondino, porta-voz da Argentina, a proposta visa dar mais flexibilidade aos países do Mercosul. Caso não se chegue a um consenso para negociar em conjunto após duas reuniões do Grupo Mercado Comum, será possível iniciar negociações sob uma terceira modalidade. Os acordos resultantes estarão abertos à adesão dos demais Estados Partes, em busca de maior dinamismo e eficácia nas relações comerciais.

Enquanto o Uruguai, atualmente ocupando a presidência pro tempore do Mercosul, apoia a iniciativa, o Brasil mantém uma postura mais conservadora. A expectativa é que a proposta argentina possa avançar, impulsionando uma postura mais ativa do bloco no comércio internacional, conforme destaca Paganini, representante uruguaio.

O presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, tem enfatizado a necessidade de buscar um Acordo de Livre Comércio com a China, inclusive iniciando conversas bilaterais com Pequim. Essa abordagem tem gerado tensões dentro do Mercosul, que segue com as negociações pendentes com a União Europeia desde 1999.

Diante desse contexto, a retomada das negociações com a UE em Brasília nesta semana traz expectativas moderadas. Paganini destaca a importância de avançar nas negociações e superar obstáculos para fortalecer a posição do Mercosul no cenário internacional.

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