Governo brasileiro manifesta preocupação com pedido de prisão de líder da oposição na Venezuela em nota conjunta com a Colômbia

O governo brasileiro expressou sua “profunda preocupação” com a recente decisão da Procuradoria-Geral da Venezuela de solicitar a prisão de Edmundo González, um dos líderes da oposição ao governo de Nicolás Maduro. Em uma nota conjunta com o governo da Colômbia, divulgada na noite de terça-feira (3), foi destacado que essa ação impacta diretamente nos compromissos assumidos durante os Acordos de Barbados, nos quais governo e oposição concordaram em seguir um caminho rumo a um processo eleitoral democrático no país sul-americano.

“Os governos do Brasil e da Colômbia estão profundamente preocupados com a ordem de prisão emitida pela Justiça venezuelana contra o candidato presidencial Edmundo González Urrutia, no dia 2 de setembro. Esta medida judicial viola os compromissos assumidos pelo governo da Venezuela nos Acordos de Barbados, nos quais ambas as partes reafirmaram seu compromisso com a democracia e a promoção de uma cultura de tolerância e convivência. Além disso, dificulta a busca por uma solução pacífica, baseada no diálogo entre as principais forças políticas venezuelanas”, afirmaram os governos do Brasil e da Colômbia.

O pedido de prisão contra Edmundo González foi emitido depois que ele não compareceu à sede do Ministério Público venezuelano pela terceira vez para prestar esclarecimentos sobre a publicação de supostas atas eleitorais que indicariam sua vitória nas eleições de 28 de julho. A oposição alega ter publicado mais de 80% das atas na internet para comprovar a vitória de González, enquanto o governo acusa a oposição de falsificar mais de 9 mil atas divulgadas online.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, responsável por divulgar os resultados das eleições, declarou a vitória de Maduro, mas não disponibilizou as atas eleitorais das mais de 30 mil mesas de votação. Os documentos foram entregues à Justiça no início de agosto.