
Pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira (22) mostra que 44% dos eleitores de Lula votariam em Boulos. Interlocutores do deputado federal acreditam que ele tende a crescer neste segmento quando a associação com o presidente ficar clara para o eleitorado lulista.
A escolha da casa como cenário do primeiro programa reforça a estratégia da campanha de afastar o estigma de radical do psolista. O objetivo é mostrar um Boulos para além da trajetória como líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) que o marcou. Para isso, a equipe do deputado tem explorado nas redes sociais facetas como as formações como professor e psicanalista, vídeos em família e a escolha da palavra “amor” como mote da coligação.
Lula também participará de um comício com o candidato no bairro, durante a manhã. A primeira atividade de campanha oficial com o presidente seria no Grajaú, extremo sul da cidade, mas a equipe optou pelo Campo Limpo devido à proximidade com a casa de Boulos, onde acontecerão as gravações. Lula deve ir ao Grajaú com o candidato em uma caminhada no fim de setembro.
Imagem do presidente é importante para reforçar polarização que campanha tenta explorar. Interlocutores afirmam que a candidatura de Boulos irá se mostrar como a possível para barrar o avanço do bolsonarismo na cidade. Segundo o último Datafolha, Boulos (23%) está empatado tecnicamente com Pablo Marçal (21%) e Ricardo Nunes (19%), representantes da extrema-direita em São Paulo.
Programas eleitorais também devem reforçar propostas do plano de governo e a imagem da vice Marta Suplicy (PT). Para a campanha é importante apresentar a ex-prefeita para atrair o eleitorado da periferia, que pode lembrar da gestão dela com a construção dos CEUs e a chegada do Bilhete Único.
Campanha vai enfatizar legado das gestões progressistas nas cidade. A ideia é associar a candidatura aos feitos positivos de Luiza Erundina (PSOL), Marta e Fernando Haddad (PT) na cidade. Para o entorno do deputado, é importante colar Boulos, sobretudo, a Lula e Marta para atrair votos na periferia — onde ele tem aparecido com menor intenção de votos.