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O desafio de Guilherme Boulos: retomar o protagonismo político após a ascensão de Pablo Marçal e a era do engajamento digital




Análise da campanha de Guilherme Boulos à Prefeitura de São Paulo

Análise da campanha de Guilherme Boulos à Prefeitura de São Paulo

Em 2020, Guilherme Boulos surpreendeu a todos com uma campanha brilhante rumo à Prefeitura de São Paulo. Utilizando uma estratégia política perspicaz, uma equipe de marketing afinada com a comunicação digital e muita determinação, Boulos conseguiu suavizar a imagem de radical dos tempos do MTST. Isso o levou do último lugar entre os presidenciáveis em 2018 para o segundo turno contra Bruno Covas, demonstrando sua ascensão ao patamar dos grandes líderes de esquerda.

No entanto, parece que Boulos e sua equipe se acomodaram após a eleição e estão perdendo espaço para outros candidatos, como Pablo Marçal. O recente episódio do hino com linguagem neutra e o vídeo com apoio de artistas têm gerado críticas quanto à estratégia adotada. A influência dos artistas em campanhas políticas tem sido questionada, uma vez que o engajamento da classe artística já não é tão determinante como no passado.

Hoje em dia, para impactar o público e conquistar votos, os artistas precisam de um grande número de seguidores, um fã-clube fiel e engajado, além de projetos políticos claros. O apoio de celebridades como Oprah, Beyoncé e Taylor Swift a candidatos e causas específicas é um exemplo dessa nova realidade. No entanto, no Brasil, muitos artistas ainda não conseguiram dissociar talento e sucesso de influência política.

É fundamental que a classe artística brasileira compreenda a importância de se atualizar e se engajar de forma mais consistente e contínua com a política, em vez de se limitar a participar apenas em épocas eleitorais. Gravar vídeos ou manifestar apoio pode não ser suficiente para influenciar a opinião pública, especialmente quando figuras como Pablo Marçal ganham destaque com suas ações e discursos.

É necessário repensar as estratégias de campanha e compreender as novas dinâmicas de comunicação e influência política que regem o cenário atual. A era digital exige mais do que simples manifestações pontuais, é preciso um engajamento efetivo e constante para impactar o eleitorado.

Por isso, a campanha de Guilherme Boulos precisa se reinventar e acompanhar as transformações do cenário político e midiático para se manter relevante e competitiva no futuro.


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