
Thomson Reuters divulga pesquisa sobre impactos da reforma tributária no Brasil
Uma pesquisa realizada pela Thomson Reuters revelou que mais da metade dos profissionais de departamentos fiscais e tributários no Brasil consideram que suas empresas ainda estão em estágios iniciais de avaliação sobre os impactos da reforma dos impostos sobre o consumo. O levantamento, feito com 129 profissionais, apontou que 54% classificaram o estágio como iniciante, obtendo informações principalmente da imprensa e de relatórios. Enquanto 22% estão cientes da reforma, mas não acompanham ativamente as mudanças.
A substituição de ICMS/ISS pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), a unificação do PIS/Cofins na CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e o fim dos incentivos fiscais estaduais foram apontados como as mudanças mais impactantes da reforma pelos entrevistados. Os pontos positivos mais citados foram a simplificação das obrigações acessórias, a diminuição da complexidade tributária, maior clareza no planejamento tributário e fiscal, eliminação da guerra fiscal e diminuição da carga tributária.
Por outro lado, as mudanças negativas esperadas incluem sobrecarga durante o período de transição, aumento dos custos para aprender/adaptar/alterar sistemas, aumento da carga tributária, sobreposição de modelos durante a transição e mais incerteza no planejamento tributário/fiscal durante a transição. A expectativa de aumento da carga tributária está relacionada à estimativa do governo para a alíquota geral, à eliminação de incentivos fiscais e ao baixo volume de créditos para alguns segmentos específicos, especialmente o setor de serviços.
Sobre o impacto da reforma em suas organizações, as avaliações indicam que será baixo ou muito baixo para cerca de 6% dos entrevistados, médio para 26%, alto ou muito alto para 64% e completamente disruptivo para 5%. Luciano Idésio, vice-presidente do segmento Corporate da Thomson Reuters América Latina, destaca que a pesquisa mostra uma clara expectativa de impacto significativo nas operações das empresas, com preocupações em relação à sobrecarga de trabalho durante o período de transição e ao aumento dos custos para adaptação às novas regras.
Idésio ressalta que a reforma exigirá uma transformação substancial no trabalho dos profissionais e nas rotinas e processos das empresas, sendo crucial investir em sistemas de gestão tributária que incorporem as novas regras e controles adequados, aproveitando a tecnologia e a automação para otimizar tempo, reduzir custos e minimizar riscos.