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Economia surpreende com crescimento acima do esperado, mas especialistas alertam para possíveis limitações futuras.

PIB cresce no melhor ritmo desde 2013

O crescimento da economia em um trimestre não era tão rápido desde 2013. Quem der uma olhada na tabela do IBGE pode dizer que o ritmo era mais rápido no segundo semestre de 2020. Mas isso é ilusão de ótica. A economia apenas se recuperava da paralisação provocada pela Covid-19.

É possível que o PIB (Produto Interno Bruto) desde 2024 cresça tanto quanto em 2013: 3%. Se for assim, o país terá tido também o melhor triênio desde o começo da Grande Recessão (2014-2016). Nada disso estava nos prognósticos dos economistas. O crescimento do segundo trimestre desde 2024 foi muito maior do que o previsto. Os erros vêm desde 2020. Mas, por causa da desordem da epidemia, é possível dar um desconto para as bolas foras de 2020 e 2021.

E daí? O IBGE não faz as contas do PIB para avaliarmos o “reality show” das previsões dos economistas. No entanto, três ou quatro anos de prognósticos tão errados sugerem que entendemos mal o que se passa na atividade econômica. Se o entendimento é precário, os diagnósticos de problemas também devem estar mais imprecisos.

Além do mais, em teoria, há indícios de que esses anos melhores de crescimento teriam limites. Por exemplo, a taxa de investimento estava em 16,8% no segundo trimestre deste ano. Investimento baixo tende a resultar em alguma inflação ou déficit externo crescente. Há indícios de que a alta de salários possa estar começando a bater na inflação.

No futuro imediato, em tese haveria uma desaceleração. As taxas de juros de mercado subiram, a Selic não vai cair tão cedo. O que se sabe é que a economia está no melhor ritmo trienal de crescimento desde 2013, 11 anos, e não soubemos nem o motivo disso nem quanto tempo a melhora vai durar.

É possível que períodos de gasto público muito acelerado e/ou pouco eficiente terminem em contrações econômicas ruins. As mudanças recentes mais visíveis na economia incluem o avanço do agro, reformas microeconômicas desde 2017, e o aumento real do gasto público e do setor de petróleo. Esses fatores podem indicar que algo está acontecendo no miolo mais opaco da economia.

Em resumo, o Brasil vive um momento de crescimento econômico acelerado, mas com desafios e incertezas quanto ao futuro da economia. A recuperação pós-Covid surpreendeu os especialistas, mas agora a atenção se volta para os próximos passos do país no cenário econômico global.

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