
Três servidoras da Justiça da Paraíba serão julgadas por racismo religioso

Três servidoras da Justiça da Paraíba se tornaram rés e serão julgadas por suposta prática de racismo religioso contra uma mãe de santo. As mulheres, que atuavam em uma vara da família, teriam chegado a ameaçar a mulher de perder a guarda dos filhos por ser do candomblé. O caso está na 4ª Vara Criminal de João Pessoa.
A denúncia foi feita pelo MP-PB (Ministério Público da Paraíba). O caso ocorreu entre os anos de 2015 e 2016, mas chegou ao conhecimento da Promotoria de Justiça de João Pessoa e do Núcleo de Gênero, Diversidade e Igualdade Racial apenas em junho.
Como casos de racismo são imprescritíveis, e diante dos relatos, o MP-PB enviou o caso para investigação da Delegacia de Repressão aos Crimes Homofóbicos, Racismo e Intolerância Religiosa, que abriu inquérito para apurar a denúncia e indiciou a assistência social Ana Valquíria Perouse Pontes e as psicólogas Suênia Costa Cavalcanti e Rosângela de Franca Guimarães.
As servidoras encontram-se sob investigação por supostamente terem violado os direitos religiosos de uma mãe de santo, causando profundo impacto na comunidade judicial da Paraíba. O caso, que data de alguns anos, agora ganha novos contornos com o início do julgamento das rés. A acusação de racismo religioso levanta questões sobre a liberdade de culto e a tolerância religiosa no Estado.
É importante ressaltar a atuação do Ministério Público da Paraíba, que agiu de forma célere ao receber a denúncia e encaminhar o caso para investigação. A Delegacia de Repressão aos Crimes Homofóbicos, Racismo e Intolerância Religiosa desempenha um papel fundamental na busca pela justiça e pelo respeito às diferentes crenças.
Diante da gravidade das acusações, a sociedade paraibana aguarda com expectativa o desfecho desse julgamento, que não apenas irá determinar a responsabilidade das servidoras envolvidas, mas também trará reflexões sobre a importância da convivência harmoniosa entre as diversas manifestações religiosas presentes em nosso estado.
O Tribunal de Justiça da Paraíba também se manifestou sobre o caso, reforçando seu compromisso com a igualdade e a justiça para todos os cidadãos. A repercussão desse julgamento certamente terá impacto não apenas no âmbito jurídico, mas também na sociedade como um todo, estimulando o diálogo e a conscientização sobre a diversidade e o respeito mútuo.
Espera-se que a Justiça seja feita e que situações de discriminação e preconceito sejam combatidas de forma eficaz, promovendo assim uma sociedade mais justa e inclusiva para todos os paraibanos.