
Israel amanhece sob intensa greve
A manhã desta segunda-feira (2) foi marcada por uma intensa greve em Israel, considerada a maior dissidência entre a população do país e o governo desde o início da guerra contra o Hamas, em 7 de outubro do ano passado. Esta paralisação paralisou grande parte da economia israelense, movimento apoiado por sindicatos e empresas que convocaram a paralisação no domingo (1º). Manifestantes bloquearam estradas em Jerusalém e Tel Aviv, além de realizarem uma manifestação em frente à residência do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Os grevistas estão reivindicando um posicionamento positivo do governo em relação ao cessar-fogo no conflito, que já se estende por quase um ano. Além disso, o objetivo das manifestações é pressionar o governo a agir em relação aos reféns israelenses ainda detidos pelo Hamas em Gaza.
A greve foi convocada por Arnon Bar-David, líder do sindicato Histadrut, que representa centenas de milhares de trabalhadores. Empresários do setor de alta tecnologia, mesmo geralmente contrários a paralisações, apoiam o movimento.
No domingo, anunciaram a morte de seis reféns israelenses, totalizando 250 capturados desde o início do conflito, com cerca de 110 ainda detidos. Bar-David destacou a importância de se chegar a um acordo para o retorno dos reféns sobreviventes, enfatizando a necessidade de um entendimento, acima de qualquer outra coisa.
As manifestações resultaram no fechamento de escolas, empresas e do principal aeroporto do país, conforme reportagem do The New York Times. Defensores do cessar-fogo e críticos de Netanyahu argumentam que um acordo para encerrar as hostilidades poderia ter evitado as mortes dos seis reféns.
O Fórum das Famílias de Reféns culpou o fracasso de Netanyahu em garantir um acordo pelo falecimento dos seis resgatados nos últimos dias. Já os familiares dos detidos em Gaza clamam por uma solução urgente.
O governo, por sua vez, se opõe a qualquer acordo que liberte militantes do Hamas das prisões israelenses. Ministro de Finanças, Bezalel Smotrich, solicitou ao Tribunal do Trabalho de Israel uma liminar contra a greve, argumentando que a iniciativa prejudicaria a economia e não teria base jurídica para influenciar decisões políticas significativas do governo em questões de segurança.
A Associação dos Fabricantes de Israel enfatizou a necessidade de trazer os reféns de volta com vida para encerrar a guerra, reabilitar a sociedade e impulsionar a economia israelense. A situação segue em desenvolvimento, com os trabalhadores e o governo em um impasse.