
Campanha eleitoral movida a ódio não é novidade no Brasil. Nos exemplos mais manjados, Jânio Quadros, Fernando Collor e Jair Bolsonaro chegaram ao Planalto entoando discursos raivosos. O fenômeno se repete agora, em âmbito municipal, na disputa pela prefeitura de São Paulo. A diferença é que Pablo Marçal é menos sutil.
Marçal parece inspirar-se no comentário de Nelson Rodrigues segundo o qual os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. O candidato já confessou em entrevista que produz idiotices em série porque o eleitor, por idiota, desejaria esse tipo de mercadoria.
A julgar pela inanição da pauta de propostas de Marçal, não se pode continuar tratando o eleitorado com punhos de renda, pois as pesquisas indicam que o ódio tornou-se competitivo na disputa paulistana. Resta recordar que todas as vezes que a raiva foi industrializada com propósitos políticos a coisa terminou mal.