O discurso da vitória do velocista Júlio César Agripino, campeão paralímpico em Paris nos 5.000 metros para pessoas com deficiência visual, com direito à quebra no recorde mundial, ajuda a entender um pouco a profundidade da mina de onde brotam os ouros que tanto tem alegrado os brasileiros.

Agripino, natural de Diadema, no interior paulista, ressaltou em sua fala a força da periferia e a determinação de um cidadão periférico em alcançar o sucesso. Ele destacou a importância de servir de exemplo para as crianças, mostrando que é possível superar os obstáculos e alcançar a vitória.

Além disso, o campeão expressou sua esperança de que sua cidade natal e sua prefeitura possam oferecer mais apoio e estrutura para os moradores, mencionando a necessidade de melhorias em instalações esportivas locais.

A realidade dos atletas paralímpicos muitas vezes envolve conviver com a pobreza, a falta de inclusão e a necessidade de apoio ao longo de suas vidas. Mesmo os que conseguem resultados expressivos enfrentam desafios, dependendo de programas sociais e incentivos para se manterem no esporte.

Um dos dilemas mais cruéis para esses atletas é a luta contra a invisibilidade e a falta de apoio efetivo, muitas vezes levando décadas para serem reconhecidos e apoiados. Mesmo os medalhistas enfrentam dificuldades, como a falta de patrocínio e o desafio de lidar com suas condições físicas, sensoriais ou intelectuais.

Apesar das adversidades, atletas como Fernanda Yara da Silva, medalhista em Paris, continuam a lutar por mais reconhecimento e apoio, destacando as histórias de superação e enfrentamento presentes em cada atleta com deficiência.

É necessário valorizar o esforço e a dedicação desses garimpeiros de felicidade, que merecem brilhar ainda mais nos cenários esportivos e sociais. Que suas conquistas inspirem não apenas outros atletas, mas também a sociedade como um todo a reconhecer e apoiar as particularidades e habilidades de cada um.